7 Livros de ‘Fantasia Dark’ para explorar em noites escuras

domingo, 11 de novembro de 2018

A definição exata do subgênero ‘Fantasia Dark’ pode ser algo difícil de se precisar. Geralmente podemos classificar desta forma qualquer obra de fantasia que fuja das tradicionais florestas verdejantes de elfos saltitantes imortalizadas por Tolkien, e leva o leitor ao lado mais sangrento e sobrenatural do medieval. Sendo a maioria resultado de algum flerte momentâneo de autores de terror com o gênero original. Essas narrativas podem retratar os humanos lutando contra forças sobrenaturais, um anti-herói sombrio como protagonista, ou ainda um elenco de personagens com ambiguidade moral, mas todas possuem um tom sombrio e temperamental em suas páginas. O que deixa ‘As Crônicas de Gelo e Fogo’ de George RR Martin, como o exemplo mais representativo da categoria.

Dada a aparente definição da ‘Fantasia Dark’, procuramos evitar os títulos mais conhecidos do grande público, e listamos aqui alguns livros que honram o estilo e podem lhe render aventuras obscuras durante suas noites de leitura.
 A Companhia Negra (Glen Cook)
Durante tempos imemoriais, o Dominador e a Dama, o mais poderoso casal de feiticeiros já visto.,governaram todo o mundo conhecido com mão de ferro. De maneira implacável, eles venceram todos os seus oponentes e corromperam a alma de seus dez piores inimigos, transformando-os nos Tomados. seres condenados a servi-los por toda a existência. Contudo, um grupo rebelde, liderado pela misteriosa Rosa Branca, conseguiu aprisionar os tiranos e seus seguidores em um sono profundo. Porém, séculos depois, a Dama e os Tomados finalmente foram despertados. Agora, eles estão decididos a recuperar todo o poder que lhes fora tirado.

À medida que se dedicam ao processo de reconquista, o caminho de um deles, o Apanhador de Almas, cruza com o do grupo de mercenários conhecido como Companhia Negra. Por várias gerações, a Companhia serviu a diversos senhores, sempre honrando seus contratos e prosperando. Contudo, esses dias de glória ficaram no passado. Hoje, o grupo se resume a um pequeno contingente que trabalha para o governante de uma ilha isolada. Tudo o que restou foram histórias. preservadas com afinco por Chagas. o médico da Companhia que registra todas as suas atividades. Dessa forma. quando o Apanhador oferece a eles a chance de se juntar ao exército da Dama contra os rebeldes. a proposta é aceita de imediato. O que era para ser uma gloriosa batalha pelo poder rapidamente se revela um pesadelo. Os Tomados são figuras repulsivas que lutam constantemente entre si. e a Companhia logo se vê enredada em intrigas. traição e manipulação. Em meio aos rumores cada vez mais fortes de que, em algum lugar. há uma criança que é a reencarnação da Rosa Branca. Chagas, os olhos e ouvidos do grupo, começa a questionar a própria participação nos eventos. Por mais forte que seja seu fascínio pela figura da Dama. Ele não consegue deixar de pensar que, no fim das contas, a Companhia pode ter escolhido se aliar ao lado errado do conflito, e que as consequências dessa decisão podem ser terríveis. (Editora Record)

 Elric de Melniboné. A Traição do Imperador (Michael Moorcock)
A história de Elric de Melniboné, o imperador albino e feiticeiro, é uma das grandes criações de fantasia moderna. Um fraco e introspectivo escravo de sua espada, Stormbringer, ele é também um herói cujas aventuras e andanças sangrentas levam-no, inevitavelmente, a intervir na guerra entre as forças da lei e do caos.

Um clássico do gênero espada e feitiçaria. Neste livro, Elric enfrentará a ameaça ao império de Melniboné e transitará entre o uso da magia e seus princípios morais, que o impedem de tomar algumas decisões. Além disso, sua amada Cymoril encontra-se em perigo, e ele não medirá esforços para salvá-la. (Editora Generale)

✔ Ciclo das Trevas (Peter V. Brett)
Assim que a escuridão cai, os demônios corelings aparecem em grande quantidade, gigantes de fogo, madeira e rocha famintos por carne humana. Depois de séculos, os humanos definham com o esquecimento das marcas de proteção. Arlen, Leesha e Rojer, três jovens que sobreviveram aos ataques demoníacos, atrevem-se a lutar e encarar o perigo para salvar a humanidade.
Em O Protegido, a humanidade cedeu a noite aos corelings e são poucos que ainda conseguem se esconder atrás das proteções mágicas, rezando para que elas os conduzam para mais um dia. Conforme os anos passam, as distâncias entre as pequenas vilas se aprofundam. Parece que nada pode deter os demônios ou aproximar a humanidade novamente.
Arlen, Leesha e Rojer, crianças nascidas nesses pequenos vilarejos hoje isolados, não se conformam com essa situação. Um Mensageiro ensina ao jovem Arlen que o medo, mais que os demônios, tem paralisado a humanidade. Leesha vê a sua vida perfeita ser destruída por uma simples mentira e se torna uma coletora de ervas para uma velha mulher, mais temida que os demônios da noite. E a vida de Rojer muda para sempre quando um menestrel viajante chega à sua cidade e toca seu violino.
Mas estes três jovens carregam algo em comum. São todos teimosos, que não se rendem à realidade imposta a eles e sabem que há muitos segredos e mistérios no mundo além do que lhes contaram. Para descobrir isso, eles terão que se arriscar, abandonar suas proteções seguras e encarar os demônios de frente. (Editora DarkSide Books)
 A Filha do Sangue (Anne Bishop)
O Reino Distorcido se prepara para o cumprimento de uma antiga profecia: a chegada de uma nova Rainha, a Feiticeira que tem mais poder que o próprio Senhor do Inferno. Mas ela ainda é jovem, e por isso pode ser influenciada e corrompida. Quem a controlar terá domínio sobre o mundo.
Três homens poderosos – inimigos viscerais, sabem disso. Saetan, Lucivar e Daemon logo percebem o poder que se esconde por trás dos olhos azuis daquela menina inocente.
Assim começa um jogo cruel, de política e intriga, magia e traição, no qual as armas são o ódio e o amor. E cujo preço pode ser terrível e inimaginável. (Editora Saída de Emergência)
 King of Thorns (Mark Lawrence)
As apostas são altas e as reviravoltas, perfeitas. Depois de assassinar seu tio e garantir um pequeno reino nas montanhas, o jovem Jorg agora encara um inimigo carismático e poderoso – o Princípe de Arrow -, que parece destinado a reunir o Império Destruído. A ação salta entre o presente e o passado, e nos mostra como Jorg viajou pelo império e conseguiu reunir recursos e forças para enfrentar uma batalha aparentemente impossível de ser vencida. Acompanhamos também a história pelo ponto de vista de Katherine, a mulher que Jorg deseja mais do que ninguém, e que ele está destinado a não conquistar jamais.
Apesar de Jorg continuar a ser o mais maquiavélico dos protagonistas, sem hesitação para matar, mutilar ou destruir, caso isso o ajude a alcançar seus objetivos, passamos a compreendê-lo melhor neste livro, e é impossível não torcer por ele. Ele consegue renovar e dar uma reviravolta brutal, explodindo com todas as armadilhas românticas da grande fantasia – lealdade, honra, o bem contra mal e a fé em um causa maior. Às vezes, quando você vê aquele cavaleiro branco em seu cavalo, com uma armadura reluzente e um sorriso brilhante, só quer atirá-lo no chão e dar-lhe um murro na cara dele por ser tão perfeito. Se você já teve essa sensação algum vez, Jorg é o cara. (Editora DarkSide Books)
 Sombra e Ossos (Leigh Bardugo)
Alina Starkov nunca esperou muito da vida. Órfã de guerra, ela tem uma única certeza: o apoio de seu melhor amigo, Maly, e sua inconveniente paixão por ele. Cartógrafa de seu regimento militar, em uma das expedições que precisa fazer à Dobra das Sombras – uma faixa anômala de escuridão repleta dos temíveis predadores volcras –, Alina vê Maly ser atacado pelos monstros e ficar brutalmente ferido. Seu instinto a leva a protegê-lo, quando inesperadamente ela vê revelado um poder latente que nunca suspeitou ter.
A partir disso, é arrancada de seu mundo conhecido e levada da corte real para ser treinada como um dos Grishas, a elite mágica liderada pelo misterioso Darkling. Com o extraordinário poder de Alina em seu arsenal, ele acredita que poderá finalmente destruir a Dobra das Sombras.

Agora, ela terá de dominar e aprimorar seu dom especial e de algum modo adaptar-se à sua nova vida sem Maly. Mas nesse extravagante mundo nada é o que parece. As sombrias ameaças ao reino crescem cada vez mais, assim como a atração de Alina pelo Darkling, e ela acabará descobrindo um segredo que poderá dividir seu coração – e seu mundo – em dois. E isso pode determinar sua ruína ou seu triunfo. (Editora Gutenberg)

 Jovens de Elite (Marie Lu)
Uma febre misteriosa deixou sequelas permanentes em toda uma população de jovens. Chamados de malfettos, alguns deles desenvolvem poderes especiais – controlam vento, fogo e até humanos – e se unem em sociedades secretas. Para alguns, esses Jovens de Elite são heróis que salvam inocentes em situações desesperadoras. Para a Inquisição, os sobre­viventes da praga são monstros marcados com poderes demoníacos e devem ser levados à justiça.

Para Adelina, expulsa de casa após a doença, significa finalmente ter encontrado seu lugar no mundo. Mas ela logo percebe que não é uma heroína, que seus poderes são alimentados por medo e ódio e podem acabar trazendo uma era de pânico a esse mundo onde política e magia se chocam de maneiras surpreendentes… e aterrorizantes. (Editora Rocco)

Conhece outros títulos que considera indispensável para essa lista?! Deixe a sua sugestão em nossos comentários e colabore com essa postagem!

‘Better Watch Out’ traz um ‘Esqueceram de Mim’ em clima de terror

domingo, 11 de novembro de 2018

Os saudosos fãs do filme ‘Esqueceram de Mim’ que cresceram assistindo o pequeno Kevin McCallister aprontando altas aventuras na sessão da tarde, podem acabar sofrendo de ‘nostalgias agudas’ com ‘Better Watch Out’, uma espécie de versão adulta da franquia que acrescenta terror, mortes, assassinatos e uma pitada de humor negro à um enredo que, sem medo, descaradamente se vende como uma variante hardcore do sucesso estrelado por Macaulay Culkin no início da década de 90.
Dirigido por Chris Peckover, e com um roteiro escrito em parceria com Zack Kahn, a trama se passa em uma noite de Natal em que a jovem Ashley é escalada para uma aparente noite tranquila de trabalho, incumbida de cuidar do garoto Luke, de 12 anos,  que se aproveita da ocasião para se declarar para a babá. Se as investidas desconcertantes do menino já tornam o trabalho de Ashley constrangedor, a situação se complica ainda mais quando a casa é invadida por um criminoso mascarado. As consequências dessa invasão irão transformar a noite de Ashley em um verdadeiro inferno.
Com intensas reviravoltas ao longo da trama, o diretor brinca com a percepção do público manipulando a personalidade dos personagens, transformando situações aparentemente inocentes e engraçadas que vão adquirindo um aspecto doentio conforme a história se desdobra, apresentando um roteiro ágil e angustiante. Qualquer coisa dita além disso é spoiler na certa.

A morte é apenas o começo para a narrativa assustadora de ‘O Escravo de Capela’, lançado pela Faro Editorial

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Na obra ‘O Escravo de Capela’, o autor Marcos Debrito leva os leitores de volta à um Brasil colonial, durante um período bem sombrio da nossa história. Explorando o terror natural contido em nosso folclore tupiniquim, jogado sob o pano de fundo de uma época que pode ser considerada a nossa própria ‘idade das trevas’, o autor apresenta uma noma forma de escrever as páginas do terror nacional nesse lançamento da Faro Editorial.

Durante a cruel época escravocrata do Brasil Colônia, histórias aterrorizantes baseadas em crenças africanas e portuguesas deram origem a algumas das lendas mais populares de nosso folclore. Com o passar dos séculos, o horror de mitos assustadores foi sendo substituído por versões mais brandas. Em O Escravo de Capela, uma de nossas fábulas foi recriada desde a origem. Partindo de registros históricos para reconstruir sua mitologia de forma adulta, o autor criou uma narrativa tenebrosa de vingança com elementos mais reais e perversos. Aqui, o capuz avermelhado, sua marca mais conhecida, é deixado de lado para que o rosto de um escravo-cadáver seja encoberto pelo sudário ensanguentado de sua morte.
Uma obra para reencontrar o medo perdido da lenda original e ver ressurgir um mito nacional de forma mais assustadora, em uma trama mórbida repleta de surpresas e reviravoltas.
Para conhecer o final dessa história, clique agora no banner abaixo da nossa parceira Submarino e compre o seu exemplar. Depois volte aqui e conte a sua própria experiência com o livro em nossos comentários.

3 Autores que escreveram ‘Fantasia Realista’ muito antes de George RR Martin

sábado, 16 de maio de 2015

Quando George RR Martin lançou o Guerra dos Tronos em 1996, ele ajudou o mercado a olhar com mais atenção para o gênero de fantasia ao popularizar o seu estilo narrativo mais realista. Por conta deste evento, muitas pessoas podem ser levadas a acreditar que George foi o primeiro escritor a trazer esse realismo para a fantasia épica. Mas, apesar de As Canções de Gelo e Fogo de fato ter sido um divisor de águas dentro do gênero, muitos outros escritores já haviam se enveredado por essas trilhas. Infelizmente a maioria deles nunca forma lançados no Brasil, mas conseguimos listar aqui pelo menos três, cujo os trabalhos estão disponíveis em nossas livrarias.

✔ Robin Hobb
A obra O Aprendiz de Assassino de Hobb saiu em 1995, um ano antes de Guerra dos Tronos. E a história de Fitz, um jovem bastardo que é desprezado e maltratado por todos, mas que secretamente é treinado na antiga arte dos assassinos, tem alguns paralelos óbvios com certos aspectos da narrativa de Martin.
O Aprendiz de Assassino
– Editora Leya
O jovem Fitz é o filho bastardo do nobre Príncipe Cavalaria e foi criado pelo cocheiro de seu pai, à sombra da corte real. Ele é tratado como um penetra por todos na realeza, com exceção do Rei Sagaz, que faz com que ele seja secretamente treinado na arte do assassinato. Porque nas veias de Fitz corre a mágica do Talento e o conhecimento obscuro de um garoto criado em um estábulo, entre cães, e rejeitado por sua família. 
Quando assaltantes bárbaros invadem a costa, Fitz começa a tornar-se um homem. Logo ele enfrentará sua primeira missão, perigosa e que despedaçará sua alma. E embora alguns o vejam como uma ameaça ao trono, ele pode ser a chave para a sobrevivência do reino.
✔ Glen Cook
A série Companhia Negra de Cook começou a ser escrita na metade da década de 80, e ela foi muitas vezes citada como obras importantes na história militar da fantasia. Além disso, seus livros são importantes percursores da fase atual do gênero, com histórias compostas por personagens falhos em um mundo complicado e moralmente cinza.
Sombras Eternas – Série Companhia Negra
-Editora Record
A Companhia Negra é um grupo de mercenários com uma história que remonta a séculos. Numa tentativa de reviver o passado de glórias, ela se une ao exército da Dama, uma feiticeira de poder inigualável que acordou de um sono de eras para reconquistar tudo que perdeu. A Companhia se vê envolvida, então, em muito mais do que campanhas militares: ela precisa sobreviver aos conflitos extremamente traiçoeiros entre os servos da Dama. Num mundo onde a magia está presente em cada esquina, toda rua esconde segredos maravilhosos… e perigos mortais. 
A segunda aventura da Companhia Negra promete ser ainda mais sombria que a primeira. Após ajudar a Dama a massacrar o movimento rebelde, o grupo de mercenários deve eliminar um castelo misterioso na cidade de Zimbro. O que eles não imaginam é que no povoado também moram Corvo e Lindinha, dois antigos membros do grupo com um importante segredo. Agora Chagas, o cronista da Companhia, precisa proteger os antigos amigos e decidir a quem devotará sua lealdade – uma escolha que pode alterar os rumos do conflito para sempre.
✔ Michael Moorcock
Moorcock nos apresentou Elric de Melniboné, um anti-herói de olhos vermelhos e pele branca que anda por aí assassinando pessoas com a sua espada devoradora de almas. Há 20 anos atrás, Moorcock já desafiava a visão maniqueísta de Tolkien de uma luta entre o bem e o mal. Seu protagonista é um viciado em drogas cuja moral tende a ser escorregadia na pior das hipóteses.
Elric de Melniboné
-Editora Generale
A história de Elric de Melniboné, o imperador albino e feiticeiro, é uma das grandes criações de fantasia moderna. Um fraco e introspectivo escravo de sua espada, Stormbringer, ele é também um herói cujas aventuras e andanças sangrentas levam-no, inevitavelmente, a intervir na guerra entre as forças da lei e do caos.
Um clássico do gênero espada e feitiçaria. Neste livro, Elric enfrentará a ameaça ao império de Melniboné e transitará entre o uso da magia e seus princípios morais, que o impedem de tomar algumas decisões. Além disso, sua amada Cymoril encontra-se em perigo, e ele não medirá esforços para salvá-la.

Veja Também:

-5 Livros de George RR Martin para ler enquanto espera pelo ‘Os Ventos do Inverno’

A lista de leitura recomendada por Allen Ginsberg

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Se você aprecia o trabalho de Allen Ginsberg, o lendário poeta da Geração Beat e autor do profético ‘Uivo’, provavelmente também gostaria de saber quais livros ele leu e recomendaria ao longa da sua vida. Sabemos que pelo seu histórico, era de se esperar que ele basicamente apontasse obras de seus amigos como Burroughs, Kerouac, Snyder, Gregory Corso e até mesmo seus próprios livros.

Na verdade, em uma lista formulada pelo poeta como proposta de leitura para os estudantes do departamento de escrita da Universidade de Napora (fundada pelo próprio Ginsberg e Anne Waldman, em 1974), além dos livros do movimento literário que o consagrou, o escritor americano também propõe autores como Ezra Pound, William Carlos Williams, Charles Reznikoff entre outros.
Você pode conferir todas essas recomendações nas imagens abaixo:

A Lista de Leitura dos 7 Pecados Capitais: LUXÚRIA

quinta-feira, 01 de maio de 2014

Eu sei que você estava esperando por isso. Não negue. Não adianta negar! Depois de passearmos por todos os outros vícios, chegou a hora de finalizarmos a nossa Lista de Leitura dos 7 Pecados Capitais com o pecado preferido de todos. A LUXÚRIA. E por que não seria? Com aqueles seios fartos e rostinho pervertido, quem seria estúpido o suficiente para resistir as suas tentações?

Sem mais preliminares delongas, veja abaixo a lista que preparamos com obras sedutoras que sucumbiram a esse pecado…
✔ A Época da Inocência, de Edith Wharton
Vencedor do Prêmio Pulitzer de 1921, este romance destaca a inquietação da sociedade aristocrata nova-iorquina do fim do século XIX com a chegada da condessa Ellen Olenska. Ela retorna aos Estados Unidos após desfazer o casamento na Europa e se aproxima de Newland Archer, noivo de sua prima, a bela May Welland. Os dois acabam se apaixonando em uma época em que manter as aparências era mais importante que o amor e a felicidade. Escrito por Edith Wharton logo após o fim da Primeira Guerra Mundial, A época da inocência é um retrato fiel de uma sociedade burguesa contraditória, responsável por destituir a nobreza do poder político, mas que reproduzia modelos e padrões de comportamento típicos da época em que barões, condes, viscondes e duques estavam no poder. Um período de ostentação da riqueza em grandes banquetes e recepções, mansões e roupas luxuosas. Edith Wharton revela uma história da inércia que prende as pessoas aos valores com os quais foram educadas, criando barreiras para a realização pessoal e afetiva.
✔ Lolita, de Vladimir Nabokov 
Lolita é um dos mais importantes romances do século XX. Polêmico, irônico, tocante, narra o amor obsessivo de Humbert Humbert, um cínico intelectual de meia-idade, por Dolores Haze, Lolita, 12 anos, uma ninfeta que inflama suas loucuras e seus desejos mais agudos. A obra-prima de Nabokov não é apenas uma assombrosa história de paixão e ruína. É também uma viagem de redescoberta pela América; é a exploração da linguagem e uma mostra da arte narrativa em seu auge. Através da voz de Humbert Humbert, o leitor nunca sabe ao certo quem é a caça e quem é o caçador.
Em 1955 o London Sunday Times incluiu o romance entre os três melhores livros do ano. Em resposta, o editor do concorrente London Sunday Express , respondeu que era “o livro mais sujo que já leu” e chamou de “pura pornografia desenfreada”. 
Após a sua publicação nos Estados Unidos, três anos depois – apesar de ser considerado “repugnante” pelo New York Times -. “Lolita” vendeu 100.000 cópias durante seu primeiro mês nas livrarias.
✔ A Casa dos Budas Ditosos, de João Ubaldo Ribeiro
Quando vários jornais anunciaram que João Ubaldo Ribeiro estava escrevendo um romance sobre a Luxúria, para a coleção Plenos Pecados, da Editora Objetiva, o escritor foi surpreendido com um misterioso pacote em sua portaria. Eram os originais de “A Casa dos Budas Ditosos”, livro que ele agora pública, permitindo a seus leitores conhecerem uma personagem fascinante e excepcional em todos os sentidos: CLB, uma mulher de 68 anos, nascida na Bahia e residente no Rio de Janeiro, que jamais se furtou a viver – com todo o prazer e sem respingos de culpa – as infinitas possibilidades do sexo. 
Seriam as memórias desta senhora devassa e libertina um relato verídico? Ou tudo não passa de uma brincadeira do autor? Nunca saberemos. Importa é que ninguém conseguirá ficar indiferente à franqueza rara deste relato e a seu humor corrosivo. Com a maestria que o consagrou como um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos, João Ubaldo Ribeiro nos brinda com esse depoimento “socio-histórico-lítero-pornô”. Um romance impudico e provocador.
 Juliette Society, de Sasha Grey
Se eu te contasse que existe um clube secreto, cujos membros pertencem à classe mais poderosa da sociedade – banqueiros, milionários, magnatas da mídia, CEO’s, advogados, autoridades, traficantes de armas, militares condecorados, políticos, oficiais do governo e até mesmo o alto clero da Igreja Católica -, você acreditaria? Este clube se reúne sem regularidade, em um local secreto. Às vezes em locais distantes e às vezes escondidos. Mas jamais duas vezes no mesmo lugar. Normalmente, nem mesmo duas vezes no mesmo fuso horário. 
E esses encontros, essas pessoas… não vamos enrolar, vamos chamá-las do que são, os Mestres do Universo. Ou o Braço Executivo do Sistema Solar. Então, essas pessoas, os Executivos, usam os encontros como uma válvula de escape do cansativo e estressante negócio de estragar ainda mais o mundo e criar novas maneiras sádicas e diabólicas de torturar, escravizar e empobrecer a população.  E o que eles fazem em seu tempo livre, quando querem relaxar? Deveria ser óbvio. Eles fazem sexo.
✔ Sexo Na Cabeça, de Luis Fernando Veríssimo
Pode ser no quarto, no banheiro, no escritório, no elevador, na cozinha, na piscina ou, dependendo da imaginação do leitor, em locais menos óbvios e mais excitantes. Sim, estamos falando de sexo! SEXO NA CABEÇA, uma seleção das melhores histórias de Luis Fernando Verissimo sobre o assunto que mobiliza, e esquenta, multidões. Verissimo, um dos cronistas mais sagazes da intimidade brasileira, mostra nesse livro que, para se pensar “naquilo”, não há hora nem lugar. Aliás, para se fazer, também não. Como um voyeur da nossa vida privada, ele nos revela os fetiches que alimentam as grandes paixões, o delicioso jogo da sedução, os sussurros açucarados, e ridículos, dos recém-apaixonados. Em 45 crônicas, com abordagens divertidas e excitantes sobre o tema, o autor leva o leitor ao êxtase. Em Sexo e futebol, por exemplo, traça um paralelo hilário entre o esporte e a libidinagem: No futebol, como no sexo, as pessoas suam ao mesmo tempo, avançam e recuam, quase sempre vão pelo meio mas também caem para um lado ou para outro e às vezes há um deslocamento. Nos dois é importantíssimo ter jogo de cintura”. Já em Nádegas Redolentes, traz o conflito do casal sobre a melhor hora para o sexo: ela prefere antes de dormir, com banho tomado e aroma de lavanda, mas ele deseja a esposa no despertar matutino, com o cheiro natural do corpo. Das gostosas brigas do início do namoro à ousadia da trissexualidade, dos códigos da relação a dois ao amor internauta, Sexo na Cabeça revela os segredos de alcova dos tempos modernos. O autor não se intimida nem mesmo diante dos grandes tabus que seduzem a humanidade desde que o homem é homem… E que o sexo é sexo!
✔ O Amante de Lady Chatterley, de DH Lawrence 
Foi publicado pela primeira vez de forma independente em Florença na Itália, em 1928. Ele conta a história de uma mulher da alta sociedade, esposa de um aristocrata, que tem um funcionário, uma espécie de caseiro da propriedade do casal, como seu amente. Este romance de Lawrence explora abertamente o amor e o sexo, rompendo as convenções sociais e as relações de classe.
Ele ganhou uma antipatia instantânea pelas suas descrições gráficas de sexo adúltero e a inclusão de palavras não publicáveis. Foi a inspiração de diversos ensaios obscenos na Grã-Bretanha, Japão e Índia, até que foi proibido nos Estados Unidos e Canadá. A Austrália teve a distinção única de proibir não só o romance, mas também o livro escrito sobre o julgamento da obra por obscenidade na Grã-Bretanha.
✔ Sonetos Luxuriosos, de Pietro Aretino
Escrito há cerca de quinhentos anos, estes Sonetos Luxuriosos, de Pietro Aretino, o mais despudorado dos poetas italianos, amado e odiado por sua franqueza, ganham nova edição pelo selo Má Companhia. 
Escritas por volta de 1525, as poesias deste volume nasceram sob a chancela da clandestinidade. Sem papas na língua, o poeta satirizou os poderosos e a nobreza com tal vigor que era chamado de “o flagelo dos príncipes”. Despudoradamente eróticas, descrevem sem censura o universo labiríntico do desejo e são capazes de impressionar até os leitores mais desinibidos. 
O espírito livre e a crítica desabusada de Aretino valeram-lhe inimigos, e na ocasião do escândalo causado pela divulgação desta publicação, o poeta teve de abandonar a corte papal e mudar-se de Roma para Veneza. Ali viveu como um potentado, honrado como o maior poeta italiano de seu tempo, num palácio à beira do Canal Grande, servido por uma corte de belas mulheres, as aretinas. Esse fausto era mantido pelos presentes e doações de reis, de príncipes e nobres de toda a Europa e mesmo do Oriente, atentos ao poder de seus escritos e, especialmente, à força destrutiva de suas sátiras. Esta tradução do poeta e ensaísta José Paulo Paes – a primeira que se fez para a língua portuguesa – é fiel tanto ao espírito como à forma do original e reproduz com felicidade o vigor e a graça da luxúria de Aretino.

A Lista de Leitura dos 7 Pecados Capitais: PREGUIÇA

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Continuando com a nossa Lista de Leitura dos 7 Pecados Capitais, o sexto pecado escolhido para ser desmembrado em livros no nosso inventário, quase não chega ao blog por efeitos do próprio vício. Ou seja, por pura PREGUIÇA
Talvez o pecado mais difícil de ser reconhecido pelo portador, que na maioria das vezes declara-se ‘cansado’ para alguma tarefa, no intuito de disfarçar seu esmorecimento e falta de vontade.

A preguiça é o mais auto-destrutivo de todos os pecados mortais. E na literatura, as coisas normalmente não funcionam muito bem para os preguiçosos. Eis a prova…

✔ Hamlet, de William Shakespeare

A preguiça é muito bem representada pelo príncipe Hamlet nesse que seria o caso mais famoso de indecisão, e falta de ação, de toda a literatura. 

Quando ouve o fantasma do pai dizer que sua morte não foi um acidente, mas sim assassinato, Hamlet passa a ser atormentado pela dúvida: o fantasma do velho rei diz a verdade ou seria um demônio tentando fazê-lo cometer uma loucura? Sobretudo porque, como afirma o fantasma, o assassino seria Cláudio, irmão do rei, que acabara de se casar com a mãe do jovem príncipe. 
Confundido e torturado pela dúvida, Hamlet não consegue decidir o que fazer. Resolve então investigar a morte do pai e para isso, finge-se de louco. Assim, ninguém desconfiará da terrível suspeita que lhe aflige o coração.
Na adaptação é o próprio Hamlet quem conta a história dessa busca e dos caminhos que o levaram a finalmente vingar a morte do pai, mas com um custo terrível.
✔ Razão e Sensibilidade, de Jane Austen
Razão e Sensibilidade está focado nos relacionamentos de Elinor e Marianne Dashwood, duas filhas do segundo casamento do Sr. Dashwood. Elas têm uma jovem irmã, Margaret, e um meio-irmão mais velho, John. Quando seu pai morre, a propriedade da família passa para John, o único filho homem, e as mulheres Dashwood se veem em circunstâncias adversas. 
O contraste entre as irmãs, mostrando Elinor mais racional e Marianne mais emotiva e passional, é resolvido quando cada uma encontra, à sua maneira, a felicidade. Marianne e Elinor representam polos opostos do universo ético de Austen – enquanto Marianne é romântica, musical e dada a rompantes de espontaneidade, Elinor é a encarnação da prudência e do decoro.
✔ Pigmalião, de George Bernard Shaw
O Pigmalião da mitologia antiga apaixona-se pela estátua que ele próprio esculpiu. A peça Pigmaleão, de Bernard Shaw (1856 – 1950), conta a história de Eliza Doolitle, uma vendedora de flores ambulante na Londres do início do século 20. Sua linguagem é uma afronta à língua inglesa, seu vocabulário, paupérrimo e de baixo calão, e sua pronúncia, uma desgraça. Um eminente fonético impõe a si mesmo um desafio: reeduca-la e faze-la passar por uma dama da sociedade.
O pai de Eliza é um preguiçoso, chantagista, bêbado, e alguém orgulhoso de sua falta de ética e ambição. Quando ele descobre que sua filha está sendo mantida na casa de um homem estranho, tudo que ele quer é uma pequena recompensa de Higgins, o suficiente para mergulhar na bebida por um dia ou dois. Mas esse é apenas o início dessa comédia deliciosa em que o autor denuncia as diferenças sociais e de classe.
✔ A Revolta de Atlas, de Ayn Rand
Na mitologia grega, o titã Atlas recebe de Zeus o castigo eterno de carregar nos ombros o peso dos céus. Neste clássico romance de Ayn Rand, os pensadores, os inovadores e os indivíduos criativos suportam o peso de um mundo decadente enquanto são explorados por parasitas que não reconhecem o valor do trabalho e da produtividade e que se valem da corrupção, da mediocridade e da burocracia para impedir o progresso individual e da sociedade.
Ou seja, enquanto outros trabalham duro para construir grandes coisas, um grupo simplesmente senta-se, sorri, esfrega as mãos e se beneficiam de sua própria inaptidão.
✔ O Hobbit , de JRR Tolkien
Os hobbits são seres muito pequenos, menores do que os anões. São de boa paz, sua única ambição é uma boa terra lavrada e só gostam de lidar com ferramentas manuais. Este livro tem como personagem central o hobbit Bilbo Bolseiro. Ele vive muito tranquilo até que o mago Gandalf e uma companhia de anões o levam numa expedição para resgatar um tesouro guardado por Smaug, um dragão enorme e perigoso.
Os dragões são as mais preguiçosas das criaturas míticas. Smaug , e outras feras aladas como ele, encontram um tesouro, sentam-se sobre ele e tiram um cochilo de dezenas ou centenas de anos. E só porque eles são enormes, escamosos, cuspidores de fogo e podem atacar a partir do céu, fica meio complicado para os homens (ou anões, elfos, hobbits, magos, etc) pegar suas riquezas de volta. Mas nós sabemos que no fim, uma vida de preguiça raramente é recompensada.
✔ Canoas e Marolas, de João Gilberto Noll
Na ilha, há um rio caudaloso e encorpado. Há um menino com jeito de índio, a vagar pelas ruas. E há um homem em busca de Marta – a filha desconhecida. São estes os elementos que o talento de João Gilberto Noll combina para construir sua narrativa sobre a preguiça. No seu texto de incomparável poesia, Noll dá um novo tratamento ao tema, mostrando o mais indolente dos pecados capitais como uma grande metáfora do desalento e apatia do homem contemporâneo.
Escrito durante um período de isolamento em uma ilha de Santa Catarina, essa é mais uma obra do autor já conhecido por confrontar o leitor a convenções sociais estabelecidas, em obras incomodativas. Deve mesmo ser muito difícil escrever sobre a preguiça, ainda mais de encomenda.
✔ Da Preguiça Como Método de Trabalho, de Mário Quintana
“A preguiça produtiva é na verdade o método de trabalho da poesia”, escreve Quintana. Ela cria o tempo lento – observador, reflexivo, imaginativo – que possibilita o nascimento (ou renascimento) tanto do poema quanto da conversa inteligente entre amigos. O elogio do poeta à preguiça combina-se à rejeição de qualquer discurso grandiloquente.
Trata-se de um espaço-tempo antieconômico e antiutilitário, que permite o abalo no bom senso, abrindo novos horizontes de percepção, dentro do devaneio, da insônia e do sonho. Buscar uma ética da simplicidade é tão forte para o poeta que ele chega a desejar um mundo em que o espaço poético fosse povoado apenas por autores anônimos. No entanto, este é um livro em que a assinatura singular de Quintana apresenta-se em potência máxima, expondo suas múltiplas ramificações, assim como desvendando suas próprias condições concretas de existência e sua rede de relações intelectuais e afetivas.

A Lista de Leitura dos 7 Pecados Capitais: INVEJA

quarta-feira, 19 de março de 2014

Dando sequência a nossa Lista de Leitura dos 7 Pecados Capitais, o vício da vez é um dos mais terríveis dentre eles. Alguns dos pecados podem parecer natural, divertido, gratificante e até agradável como é o caso da Preguiça e a Gula. A Ira, Avareza e Luxúria muitas vezes passam despercebidos até a pessoa comete-los, e em certas circunstancias a Soberba pode até ser considerada um trunfo. Mas o veneno da INVEJA corrói tudo que vê pela frente. E muitas vezes, é ela que nos leva a cometer outros pecados.
E caso você seja alguém envenenado por esse vício, ou mesmo já foi vítima, da inveja, separamos aqui alguns livros que abordam esse tama com sofreguidão…
✔ O Sol Também se Levanta, de Ernest Hemingway
O Sol Também se Levanta retrata o cotidiano de um grupo de expatriados boêmios, ingleses e norte-americanos, após o término da Primeira Guerra Mundial. Os cenários escolhidos para o romance foram as cidades de Paris e Pamplona, durante o Festival de San Firmin. O norte-americano Jacob Barnes é o protagonista e narrador da história. Conhecido como Jake, ele trabalha como repórter em Paris. Jake volta impotente da guerra e acaba se apaixonando por Lady Brett Ashley, mulher de personalidade fútil, que trata os homens como simples objeto e envolve-se com vários deles, apesar de ser comprometida. Para O Sol Também se Levanta Hemingway criou tipos humanos complexos, representando assim uma geração contaminada pela ironia e pelo vazio diante da vida, com seus valores morais destruídos pela guerra e irremediavelmente perdidos. Temas como a solidão e a morte, os preferidos do escritor, são explorados de forma brilhante. Escrito originalmente em 1926 e publicado em 1927, O Sol Também se Levanta foi o primeiro romance de Ernest Hemingway, sendo considerado, por muitos, como sua obra mais refinada em termos de técnica literária.

✔ O Americano Tranquilo, de Graham Greene
Em O Americano tranquilo, torna-se clara a confluência, característica da obra de Greene, entre enredo detetivesco, pano de fundo marcado pela conjuntura política e personagens que, envolvidas em dramas de Consciência moral, são assombrados pelo fantasma do crime, essa forma radical de exorcizar os desejos. A ação do livro é ambientada durante a Guerra da Indochina, na qual se enfrentaram a França e os guerrilheiros comunistas de Ho Chi Minh. O conflito é seguido de perto pelos correspondentes de guerra, dentre os quais Thomas Fowler, veterano jornalista inglês que divide o tempo ocioso entre as casas de ópio de Saigon e a amante vietnamita Phuong. Quando Fowler conhece o jovem norte-Americano Alden Pyle, estabelece-se entre eles uma empatia que logo se transformará também em rivalidade sexual, precipitando os acontecimentos que dão andamento à trama – encantado, Pyle propõe casamento a Phuong, algo que Fowler só conseguirá evitar se obtiver o divórcio da mulher (que está em Londres); do contrário, será obrigado a respeitar os costumes locais e aceitar que a irmã mais velha de Phuong a entregue às promessas de segurança representadas pelo norte-Americano.
Em ‘O Americano Tranquilo’, enfim, temos formas de conceber a realidade que derivam do modo como as relações afetivas e as posturas ideológicas se modificam reciprocamente, com uma complexidade que só os grandes romancistas podem representar – Mesmo que essa complexidade esteja disfarçada, como em Greene, pelo enredo envolvente de uma intriga policial. 
✔ Madame Bovary, de Gustave Flaubert
Emma Bovary não pode ser feliz. Ela constantemente cobiça uma vida de moda, romance, e dinheiro, vivendo através de suas ilusões, em vez de encontrar a felicidade em sua realidade. Ela inveja tanto o estilo de vida que não pode ter, que destrói a sua vida, e aqueles ao seu redor, a fim de alcançá-lo.
Madame Bovary é a obra fundamental de Flaubert. Trata-se de um raridade, mesmo em um clássico, um exercício meticuloso de escrita que igualmente desafiava as estruturas literárias e as convenções sociais. Não à toa, na época de lançamento o impacto foi duplo: um sucesso de público e a reação feroz do governo francês, que levou o autor a julgamento sob a acusação de imoralidade. Flaubert inventou um estilo totalmente novo e moderno, praticando uma escrita que, ao longo dos cinco anos que levou para terminar o livro, literalmente avançou palavra a palavra. Cada frase devia refletir o esforço em obtê-la, sendo reescrita e reescrita ad infinitum. Mestre do realismo, o autor documenta a paisagem e o cotidiano da segunda metade do século XIX, ironizando os romances sentimentais e folhetins, gêneros que considerava obsoletos. 
A história faz um ataque à burguesia, desmoralizando-a com a descrição exuberante de sua banalidade. Em um tempo em que as mulheres eram submissas, Emma Bovary encontra nos tolos romances dos livros o antídoto para o tédio conjugal e inaugura uma galeria de famosas esposas adúlteras atormentadas na literatura.
✔ Otelo, de William Shakespeare
Otelo, general mouro a serviço da República de Veneza, casa-se com a bela Desdêmona. Torna-se governador de Chipre e designa o tenente Cássio como seu principal auxiliar. Tomado pela inveja, Iago, que se julgava merecedor da promoção, trama uma cruel vingança: Faz Otelo acreditar que sua mulher e Cássio o traem. Desse ciúme doentio resultará uma tragédia.
Há uma boa chance de que Iago, o vilão da trama, seja o que nós hoje chamamos de um psicopata, ou seria um sociopata. O enredo gira em torno da ideia de gerar falsas inveja em cada personagem do livro, sabendo que é uma influência destrutiva que tudo consome. É como se ele encontra-se alegria em manipular e criar discórdia entre aqueles que o cercam.

✔ Inveja, de Gregg Olsen
A jovem Katelyn Berkley foi encontrada morta na banheira de sua casa. A cena era horripilante. Seus olhos vidrados e sua pele queimada deixaram a pequena cidade de Port Gamble em choque. A polícia foi rápida em encontrar evidentes sinais de suicídio.
É verdade que Katelyn era uma adolescente um tanto deprimida e de aparência soturna, mas nunca havia demonstrado nenhuma intenção de acabar com sua própria vida. Nem para os mais próximos. 
As irmãs Taylor e Hayley Ryan, vizinhas e amigas de infância de Katelyn, são as primeiras a duvidar da conclusão oficial. Mais do que isso. Elas possuem indícios, obtidos de maneira nada convencional, de que o que aconteceu pode ter sido um assassinato. 
Agindo por conta própria, as garotas saem em busca da verdade. E, quanto mais mergulham no mundo de Katelyn, mais descobrem fatos perturbadores. Até que vem à tona um segredo escondido no passado que elas não podiam nem imaginar.
Mal Secreto, de Zuenir Ventura
O ódio espuma. A preguiça se derrama. A gula engorda. A avareza acumula. A luxúria se oferece. O orgulho brilha. Só a inveja se esconde.” Pois foi justamente sobre este pecado tão complexo que se debruçou Zuenir Ventura durante quase dois anos. Em “Mal Secreto”, o primeiro volume da coleção Plenos Pecados, da Editora Objetiva, o autor convida o leitor a um mergulho no universo daquele que foi apontado, numa pesquisa exclusiva, entre os brasileiros, como o mais conhecido dos pecados capitais.
Ao investigar o tema, o jornalista e escritor Zuenir Ventura esbarra em histórias de amor, medo e morte. Exatamente como nos romances policiais, alguém tropeça num corpo. Realidade? Ficção? ‘Mal secreto’ mistura aventura e revelações, como num jogo tecido pela própria inveja onde o mais importante não é o que se ganha, mas o que o outro perde.

✔ A Cabala da Inveja, de Nilton Bonder
Último livro da trilogia inspirada no ditado judaico “De três maneiras é uma pessoa conhecida: através de seu corpo, seu bolso e sua raiva”, A Cabala da Inveja, de Nilton Bonder, trata de um tema mais atual do que nunca: a violência. 
Segundo a Cabala, a inveja nada mais é do que um receptáculo de raiva, pois ela faz com que o invejoso retenha muito ódio no coração. Para o autor, é uma espécie de celulite emocional e espiritual, capaz de controlar atos, situações e vidas inteiras. Esse sentimento tão nocivo estimula rixas e nos faz gastar imensas doses de vitalidade. Ao lidarmos com a inveja e os conflitos afetivos em relação ao outro, acabamos por explorar as fronteiras do ser humano. Nilton Bonder explica que a paz e a tranquilidade são estados passageiros de equilíbrio. Justamente por isso devemos buscá-las constantemente, em vez de ceder à tentação de nos irritarmos com sua transitoriedade.
Segundo o autor, é somente aprendendo a conviver com o que chamamos de má vontade e não levar tudo para o lado pessoa que se desenvolverá a capacidade de escapar das armadilhas do rancor e embarcar em uma aventura rumo ao verdadeiro perdão, capaz de acalmar um espírito angustiado. 

Conheça a lista dos livros que vão virar filmes este ano

terça-feira, 04 de março de 2014

Luz! Câmera! Adaptação!

Eu costumo dizer que a literatura é a base de qualquer tipo de arte. Seja qual for a forma de expressão artística envolvida, tudo sempre começa com a escrita, nem que seja um pequeno esboço da ideia resenhada em um simples bloco de anotações.
A sétima arte por exemplo, o cinema, bebe dessa fonte sempre que lhe convém, e o resultado são diversos filmes baseados em livros. Este ano não será diferente, de fato veremos algumas boas obras literárias adaptadas para a telona. Ajuste o seu calendário e veja abaixo algumas dessas produções cinematográficas aguardadas para 2014 e sua ordem cronológica de lançamento. Quem sabe assim, você consegue acelerar para ler alguns desses livros antes de assistir ao filme, o que é uma experiencia infinitamente melhor que o inverso.
Divergente, de Veronica Roth (em Março)
Provavelmente essa trilogia será a nova febre entre os adolescentes. Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em 5 facções: Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível.
Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto. A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é. E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive. 
Se você não sabe o que todas as crianças estão falando, agora é sua chance de aprender. divergente tomou o mundo YA pela tempestade com sua história de uma população diferenciada por virtudes ( The Giver atende Chapéu Seletor) e 16 anos de velha garota que não se encaixa ou seja, como eles dizem, divergentes.
A Culpa é das Estrelas, de John Green (em Junho)
Os adolescentes Hazel e Gus gostariam de ter uma vida normal. Alguns diriam que não nasceram com estrela, que o mundo deles é injusto. Os dois são novinhos, mas se o câncer do qual padecem ensinou alguma coisa, é que não há tempo para lamentações, pois, se aceitamos ou não, só existe o hoje e o agora. 
E assim, com a intenção de realizar o maior desejo de Hazel – conhecer seu escritor favorito – ambos cruzarão o Atlântico para uma aventura contra o tempo, tão catártico quanto devastador. Destino: Amsterdam, o lugar onde reside o enigmático e mal-humorado escritor – a única pessoa que talvez possa ajudar-lhes a encaixar as peças do enorme quebra-cabeça onde se encontram.
A Viagem de Cem Passos, de Richard C. Morais (em agosto)
A vida de Hassan Haji pode ser contada através de cheiros e sabores: a sua infância com aroma do curry e a confusão das ruas de Mumbai, a diversidade de sabores da Harrods de Londres, a refinada culinária francesa da cidadezinha de Lumière, nos Alpes. 
A Viagem de Cem Passos narra uma incrível jornada culinária existencial, da exótica Índia à sofisticada Paris. Mais do que o retrato de duas culturas, o livro de Richard C. Morais apresenta a leveza e o sabor da descoberta da própria individualidade em um mundo que pode ser bastante amargo. A vida do chefe imigrante é suculenta, viva e suas aventuras saborosas. Excelente para assistir com um balde gigante de pipoca com manteiga extra.
Sete Dias sem Fim, de Jonathan Tropper (em Setembro) 
Judd Foxman pode reclamar de tudo na vida, menos de tédio. Em questão de dias, ele descobriu que a esposa o traía com seu chefe, viu seu casamento ruir e perdeu o emprego. Para completar, seu pai teve a brilhante ideia de morrer. 
Embora essa seja uma notícia triste, terrível mesmo é seu último desejo: que a família se reúna e cumpra sete dias de luto, seguindo os preceitos da religião judaica. Então os quatro irmãos, que moram em diversos cantos do país, se juntam à mãe na casa onde cresceram para se submeter a essa cruel tortura. Para quem aprendeu a vida inteira a reprimir as emoções, um convívio tão longo pode ser enlouquecedor. Com seu desfile de incidentes inusitados e tragicômicos, Sete Dias sem Fim é o livro mais bem-sucedido de Jonathan Tropper. Uma história hilária e emocionante sobre amor, casamento, divórcio, família e os laços que nos unem – quer gostemos ou não.
✔ Maze Runner, de James Dashner (em Setembro) 
Suspense, Terror e Ação numa história de tirar o fôlego! Ao acordar dentro de um escuro elevador em movimento, a única coisa que Thomas consegue lembrar é de seu nome. Sua memória está completamente apagada. Mas ele não está sozinho. Quando a caixa metálica chega a seu destino e as portas se abrem, Thomas se vê rodeado por garotos que o acolhem e o apresentam “A Clareira”, um espaço aberto cercado por muros gigantescos. Assim como Thomas, nenhum deles sabe como foi parar ali, nem por quê. 
Sabem apenas que todas as manhãs as portas de pedra do Labirinto que os cerca se abrem, e, à noite, se fecham. E que a cada trinta dias um novo garoto é entregue pelo elevador. Porém, um fato altera de forma radical a rotina do lugar – chega uma garota, a primeira enviada à Clareira. E mais surpreendente ainda é a mensagem que ela traz consigo. Thomas será mais importante do que imagina, mas para isso terá de descobrir os sombrios segredos guardados em sua mente e correr… correr muito. 
Correr ou Morrer é o primeiro volume da trilogia Maze Runner. Uma saga que, para seus fãs, evoca os mistérios da série Lost.
✔ Garota Exemplar, de Gillian Flynn (em outubro) 
Uma das mais aclamadas escritoras de suspense da atualidade, Gillian Flynn apresenta um relato perturbador sobre um casamento em crise.
Na manhã de seu quinto aniversário de casamento, Amy, a linda e inteligente esposa de Nick Dunne, desaparece de sua casa às margens do Rio Mississippi. Aparentemente trata-se de um crime violento, e passagens do diário de Amy revelam uma garota perfeccionista que seria capaz de levar qualquer um ao limite. Pressionado pela polícia e pela opinião pública e também pelos ferozmente amorosos pais de Amy, Nick desfia uma série interminável de mentiras, meias verdades e comportamentos inapropriados. Sim, ele parece estranhamente evasivo, e sem dúvida amargo, mas seria um assassino?
✔ Drácula Untold, baseado na obra de Bram Stoker (em Outubro)
Depois de ajudar os anões de O Hobbit , Luke Evans agora sugará sangue de pescoços como Vlad Tepes. Certamente será um Drácula bem diferente dos que já foram apresentados no passado.
A história de Drácula tem sido a base de incontáveis filmes e peças, óperas, balés, graphic novels e inúmeras outras mídias, sendo que o número de filmes que incluem referências a Drácula direta ou indiretamente chega a mais de 649 adaptações. A primeira adaptação para os palcos, encenada em 18 de maio de 1897, foi escrita e dirigida pelo próprio Bram Stoker e encenada uma única vez em Londres. A primeira adaptação para o cinema ocorreu em 1922 e envolveu uma questão judicial entre o diretor do filme e o espólio de Bram Stoker. F. W. Murnau, o diretor do filme, lançou a história com o título ‘Nosferatu: Uma sinfonia de horror’, apenas alterando o nome do protagonista (de Drácula para Orlok) e transferindo o local da trama da Inglaterra para a Alemanha. O espólio de Stoker venceu a batalha judicial, sendo que todas as cópias existentes de ‘Nosferatu’ deveriam ter sido destruídas, entretanto um pequeno número de cópias sobreviveu até os dias de hoje, sendo considerado um clássico do cinema de terror. Contudo, a versão mais conhecida e famosa da história de Drácula foi realizada pela Universal em 1931, estrelada por Bela Lugosi e dirigida por Tod Browning. 
✔ Jogos Vorazes – A Esperança (Parte 1), por Suzanne Collins (em Novembro) 
A primeira de duas partes do capítulo final da saga Jogos Vorazes. Depois de sobreviver duas vezes à crueldade de uma arena projetada para destruí-la, Katniss acreditava que não precisaria mais lutar. Mas as regras do jogo mudaram: com a chegada dos rebeldes do lendário Distrito 13, enfim é possível organizar uma resistência. Começou a revolução. A coragem de Katniss nos jogos fez nascer a esperança em um país disposto a fazer de tudo para se livrar da opressão. 
E agora, contra a própria vontade, ela precisa assumir seu lugar como símbolo da causa rebelde. Ela precisa virar o Tordo. O sucesso da revolução dependerá de Katniss aceitar ou não essa responsabilidade. Será que vale a pena colocar sua família em risco novamente? Será que as vidas de Peeta e Gale serão os tributos exigidos nessa nova guerra? Acompanhe Katniss até o fim do “thriller”, numa jornada ao lado mais obscuro da alma humana, em uma luta contra a opressão e a favor da esperança.
O Hobbit: Lá e De Volta Outra Vez, de JRR Tolkien (em Dezembro)
Com esse terceiro filme da trilogia em que foi transformada o clássico Hobbit, Peter Jackson termina esse arco e deixa a Terra-média para sempre, … Até que ele decida embarcar em uma nova trilogia de filmes biográficos sobre a vida de Tolkien. 
O filme conclui a jornada épica de Bilbo Bolseiro, que se junta ao mago Gandalf e os treze anõs, liderados por Thorin Escudo-de-Carvalho, para recuperar o Reino dos Anões de Erebor do temido Smaug. E que melhor maneira de acabar com tudo isso do que matando aquele detestável dragão.

A Lista de Leitura dos 7 Pecados Capitais: IRA

domingo, 09 de fevereiro de 2014

Dando sequência a nossa Lista de Leitura dos 7 Pecados Capitais, abordaremos agora a engrenagem motora em que foi baseada grande parte da nossa história: a IRA, um pecado traiçoeiro e um dos meus favoritos. 
Certamente um vício do qual todos estamos sujeitos, sem exceções. A raiva, fúria, destempero, ou como prefira chamar, pode insurgir onde, e de quem, menos se espera. Basta recordar de clássicas histórias mitológicas em que até os Deuses estão sujeitos a seus momentos de ira e dias de fúria.
Para aqueles que sofrem desse mal e reconhecem que são uma granada sem pino prestes a explodir, temos aqui algumas sugestões de livros que versam sobre esse tema…
✔ Moby Dick , de Herman Melville
Como uma filha desgarrada da Mãe Natureza, e com a ferocidade de um demônio irado, a baleia branca destruidora de navios perde a vida injetada com a raiva mais singular da literatura.
Inspirado pelas experiências pessoais do autor e por outros acontecimentos que marcaram o período, Moby Dick representa, além de uma complexa narrativa de ação, uma profunda reflexão sobre o confronto entre o homem e a natureza, ou segundo alguns especialistas, entre o homem e o Criador, reforçada pela universalidade dos tripulantes do navio Pequod, o que sugere uma representação da Humanidade. Obra de profundo simbolismo. Inclui referências a temas diversos como religião, biologia, idealismo, pragmatismo e, claro, a vingança.
✔ Carrie , de Stephen King 
A obra apresenta a adolescência de uma jovem problemática, perseguida pelos colegas, professores e impedida pela mãe de levar a vida como as garotas de sua idade. Só que Carrie guarda um segredo: quando ela está por perto, coisas estranhas acontecem, misteriosamente. 
Aos 16 anos, Carrie prepara sua vingança contra todos os que a prejudicaram, criando a cena de fúria mais épica da literatura.
Até 1972, Stephen King ainda era um professor cujo salário mal dava para sustentar a mulher, Tabitha, e os dois filhos. Nas horas vagas, escrevia histórias de suspense, sempre rejeitadas pelas editoras. Foi então que finalizou mais uma obra. Em seguida, porém, desiludido com o mercado editorial, King arremessou-a pela janela. Foi Tabitha quem o convenceu de recuperar os originais e tentar outra vez. Enviado a um editor, o livro foi aceito. Nascia Carrie, a Estranha, obra que lançou Stephen King no cenário literário mundial.
✔ A Volta do Poderoso Chefão, de Mark Winegardner
*Livro já resenhado aqui no blog. Clique aqui para ler a resenha. 
A raiva e a vingança sempre andaram lado a lado com a máfia. É como se fosse um impulso natural para os integrantes dessa organização criminosa. 
Nesta obra, Winegardner apresenta uma espécie de spin-off da poderosa família de mafiosos criada por Mario Puzo, em que Michael Corleone, logo após consolidar sua vitória na batalha sangrenta entre as famílias de Nova York, precisa lidar com um astuto adversário, seu antigo guarda-costas Nick Geraci.
Após ser usado como um mero peão em um jogo sujo armado pelos Corleones, Nick forja a própria morte e articula um engenhoso esquema para vingar-se de seus ex-patronos.
✔ Xadrez, Truco e outras Guerras, de José Roberto Torero
Destilando sua conhecida ironia e sarcasmo, José Roberto Torero é mais um autor da Coleção Plenos Pecados, da Editora Objetiva. Em seu romance Xadrez, Truco e Outras Guerras, ele nos fala do pecado mais cometido ao longo da história da humanidade. 
Torero nos absolve, no entanto, de parte deste mal. Inspirando-se livremente na Guerra do Paraguai, ele mostra que grandes e pequenas iras nem sempre constituem pecados – algumas vezes, são virtudes. Torero leva o leitor a conhecer cada instante da guerra – das artimanhas dos bastidores à violência do campo de batalha; dos atos heróicos às paixões clandestinas. Uma guerra não se constrói apenas com atos corajosos. Há paixões mesquinhas. Gestos infames. Feitos inglórios. Há covardia, medo, mortes. Há até mesmo amor. Com um texto ao mesmo tempo direto e requintado, o autor lança mão de instigante arquitetura literária, em que, como nos jogos de tabuleiro, as peças vão-se combinando ao longo da leitura. 
✔ O PAU, de Fernanda Young
Diz a crença popular que a vingança é um prato que se come frio. Em ‘O Pau’, Fernanda Young fala do tema ao contar a história de Adriana, uma bela designer de joias que descobre sinais da traição do namorado, 14 anos mais novo. 
Linda, bem nascida e com uma carreira de sucesso, Adriana tem 38 anos e sofre com as inseguranças que atingem boa parte das mulheres de sua idade. O corpo, embora cuidado com esmero, não tem mais a firmeza encontrada nas meninas de 20. No rosto, começam a despontar as primeiras marcas de expressão, e temores como o aumento do grau dos óculos para vista cansada são uma constante. Por dentro, as marcas de sucessivas decepções amorosas a tornaram extremamente desconfiada. Tudo parecia ir bem até uma noite em que, acordada sozinha na sala da casa do namorado, ouve o celular dele apitar com uma mensagem de um remetente sem nome. Em poucos minutos, a desconfiança de Adriana cresce e ela descobre a identidade de quem mandou o torpedo: uma modelo e atriz que diz ter 21 anos. Diante dos sinais de traição, a designer monta um elaborado plano de vingança, com o objetivo de destruir o que acredita ser a única coisa com a qual seu namorado se importa: o próprio pênis.
✔ O Mágico de OZ, de L. Frank Baum
Quando a pequena Dorothy contemplava a cinzenta fazenda em que vivia com sua tia e seu tio Henry, nem podia imaginar que um ciclone iria arrancá-la dali e levá-la para a mais fabulosa das terras: a terra de Oz, onde um mago poderoso regulava a vida de todos e onde coisas maravilhosas aconteciam. Uma terra cheia de aventuras e perigos, mas também onde Dorothy iria encontrar a verdadeira amizade, na companhia do Espantalho sem cérebro, o Homem de Lata sem coração e o Leão sem coragem.
A história parece maravilhosa se resumida dessa forma, mas não podemos esquecer da ‘irada’ Bruxa Malvada do Oeste que não mede esforços enviando lobos, corvos, abelhas, soldados e até macacos voadores para capturar a pobre menina do Kansas, o que a torna uma vilã clássica dos contos de fantasia.
✔ Otelo, o Mouro de Veneza, de William Shakespeare
Otelo é um nobre mouro e soldado de fortuna, cujo valor o elevou ao posto de general. O herói da tragédia shakespeariana é chamado a enfrentar o impossível e a morrer sem esperança e recompensa – o ciumento mouro estrangula a inocente Desdêmona. Todas as épocas e todos os homens encontram a sua imagem refletida no espelho universal de Shakespeare. Os ecos de sua paixão e de sua poesia ressoam no nosso espírito – e assim será até o fim dos tempos.
Nesta peça, de Shakespeare criou uma de suas melhores tramas. Otelo, homem destemido e grande guerreiro, é envenenado pelas palavras de Iago, homem cínico que quer tomar seu lugar no comando das tropas, e acaba por assassinar sua bela e jovem esposa em um momento de fúria.
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