‘Caso Perdido’ * conto-interativo

POSTADO POR: admin sáb, 12 de maio de 2012

A partir de hoje, os próximos sábados do blog estarão comprometidos com a 2° temporada do projeto ‘Conto-Interativo’
A ideia é apresentar contos curtos e interligados onde ao final de cada um, será apresentada uma enquete com opções para que os leitores possam decidir a próxima ação do personagem, assim participando do enredo e influenciando diretamente no final da história.
O Conto-Interativo será postado todo sábado pela manhã e terá sua enquete encerrada a meio-noite da terça-feira seguinte, continuando na próxima semana e assim por diante até o seu final que pode ser a qualquer momento dependendo do rumo que os leitores derem a história.
Se você quiser relembrar ou conhecer como foi a nossa primeira experiencia com esse projeto, CLIQUE AQUI e veja como foi o conto ‘Me Salva’.
Desta vez vocês terão que auxiliar o investigador Tim Roque, um experiente policial que tenta se reestruturar depois que sua mulher e filho sumiram sem deixar rastros. Alem disso ele tem convivido com uma terrível dor no peito que, pela teimosia em não visitar um médico, tem sido suportada a base de remédios controlados. 
No momento ele acaba de receber mais um chamado, e depois de passar no seu contato para pegar mais alguns analgésicos, ele dirige ferozmente o seu Monza grafite até o local do crime,… e a partir daqui ele conta com sua ajuda para resolver esse caso.
A chuva caía forte quando o detetive Tim Roque estacionou em frente ao
prédio da ocorrência.  Era uma construção
nova, como dezenas de outras que ultimamente surgiam da noite para o dia naquela região. Esperou pelo fim do cigarro na marquise do prédio onde dois
policias fardados o esperavam. Puxou o último trago, livrou-se do filtro e
entrou.
No elevador, engoliu duas pílulas do frasco que trazia no bolso
esquerdo do surrado casaco bege. Na verdade nunca gostou do casaco, mas era o
preferido de sua esposa. Quando ela se foi, a vestimenta transformou-se em uma
espécie de talismã para seu corpo cansado. A porta se abriu e revelou o
corredor do sétimo andar.
-Boa noite Detetive Roque. Espero que ainda não tenha jantado, ou
correrá o sério risco de vomitar sua refeição.
-Faz tempo que eu não sei o que é uma refeição, Delegado.
-Eu te pago um rodízio assim que resolvermos essa bronca.
O homem negro de corpo definido a sua frente era Heloísio Bilhar, seu
superior, mas acima de tudo um amigo. Ambos ingressaram juntos na corporação, mas
Tim sempre viu a profissão como uma vocação, já o delegado encarava como um
plano de carreira. A dupla caminhou em silencio até o apartamento 73 no fim do
corredor, cruzaram por uma faixa de isolamento e logo na sala o detetive
encontrou o motivo da chamada. O corpo de uma bela jovem jazia inerte sobre o
assoalho.
Com pressa, o delegado logo procurou colocar o amigo a par do caso.
-A senhora do apartamento ao
lado estava saindo pra comprar comida para o gato quando encontrou a porta do
apartamento escancarada e o corpo jogado logo aí na entrada. Ninguém ouviu
nada. Estamos checando pra ver se levaram algo da casa, mas aparentemente tudo
que possui algum valor ainda está por aqui.
-Ela morava sozinha?
-Dividia o apartamento com uma
amiga que está desaparecida. Estamos checando isso também.
-Parece que o assassino não foi
além da sala. Executou a moça bem aqui na porta e nem se deu o trabalho de
fecha-la ao fugir.
-Um tiro certeiro? Talvez com um
silencioso?
O detetive ajoelhou e aproximou o rosto do fino ferimento no peito do
cadáver. Queria dar uma boa olhada na perfuração antes de dar uma resposta a
Heloísio.
-Não, não. Isso não foi um tiro.
Foi algo como um espeto de churrasco.
-O que? Tá de sacanagem Roque?
-Você acertou quanto ao
‘certeiro’. Direto no coração.
-Tá me dizendo que furaram o
coração da garota com um espeto de churrasco?
Tim levantou-se com certa dificuldade, precisou apoiar-se no sofá.
-Exatamente delegado. Se você
queria um rodízio, acabaram de servir um coração de galinha no capricho.
Um jovem gordo de louros cabelos compridos apareceu acelerado pelo
corredor do apartamento. Nitidamente cansado e ofegante pelo mínimo de esforço
feito, Diogo Leitão procurou apoio no batente de uma porta ao encontrar o
delegado.
A dupla de experientes policiais esperou até que ele recuperasse o
folego e pudesse começar a falar.
-Ei,caras,…quer dizer, senhores. Vocês precisam ver isso.
Os três seguiram até um dos quartos, onde o perito dissertava sobre
seu achado.
-A menina era uma espécie de bruxa. Uma aprendiz de feiticeira na
verdade. Encontrei dezenas de livros bizarros que descrevem feitiços,
conjurações, pactos,… Enfim, essas coisas do demo.
-Tá querendo me dizer que aquela galinha espetada lá na sala,… É de
macumba?
-Desculpa, delegado. Galinha? Como assim?
Rindo da falta de entrosamento entre o jovem perito e o velho amigo, o
detetive Tim Roque os deixa conversando e se afasta alguns passos, no intuito de fazer sua
inspeção particular no quarto da vítima.
Ele dá uma olhada nos títulos citados por Diogo, a maioria espalhados
pelo chão do recinto como se arremessados por uma forte ventania. Resolve
checar a janela, e ao aproximar-se, dá uma boa olhada através dela. A chuva
havia diminuído e a rua estava vazia, exceto por uma mulher calçando longas
botas vermelhas que desafiava os pingos d’água, parada logo abaixo da luz de um
poste.
Apesar da escuridão da noite, do mau tempo e da distancia, o detetive
percebeu que a estranha olhava em sua direção quando sentiu um estranho arrepio
na base da cervical.

***
Agora chegou a hora de participar desta história e dar sua contribuição para o rumo da trama. Você pode votar na enquete abaixo até a meia-noite da próxima terça (dia 15) e acompanhar o caminho escolhido pela maioria no próximo sábado.

Também é importante que vocês usem os comentários do blog para aumentar essa interatividade que é essencial para a conclusão deste projeto.

Por onde o Detetive Tim Roque deveria começar sua investigação?
No quarto da vítima
No quarto da amiga com quem dividia o apartamento
Voltar pra sala onde está o corpo da vítima
Tentar alcançar e interrogar a estranha mulher da rua