Caso Perdido (conto interativo) – Parte 4

POSTADO POR: admin sáb, 02 de junho de 2012

Este é mais um conto-interativo que tem ocupado os últimos sábados deste blog. A idéia é apresentar contos curtos e interligados, onde ao final de cada um, é apresentada uma enquete com opções para que você possa decidir a próxima ação do personagem, assim participando do enredo e influenciando diretamente no final da história.
Para acompanhar seu conteúdo, e começar a participar dessa interatividade, é sensato que você leia os capítulos anteriores:
Parte 1 Parte 2Parte 3

O conto-Interativo ‘Caso Perdido’ é postado todo sábado e terá sua enquete encerrada a meio-noite de terça-feia. Continuando na semana seguinte e assim por diante até o seu final que pode ser a qualquer momento dependendo do rumo que os leitores derem a história.
O que se seguiu pelo rádio foi estática e alguns sons indecifráveis para Tim Roque. Pensou ter ouvido alguns gritos do perito, objetos caindo e se quebrando pelo chão, barulhos de luta corporal, mas, além disso, um urro gutural inumano. E então o silêncio.
A suposta assassina já provara sua astúcia, mas o detetive ainda achava pouco provável que ela conseguisse fugir tão rapidamente da arapuca que lhe armara no elevador, a não ser que estivesse sendo auxiliada por alguém previamente instalado no prédio. Nesse momento sentiu falta de ouvir as teorias escalafobéticas do amigo Diogo Leitão, imaginou que ele teria uma estranha explicação sobrenatural para o acontecido.
Engoliu três das suas pílulas de uma vez e sentiu-se preparado para dar seu próximo passo.
Ignorando a fadiga que agia sobre seu corpo, o detetive começa a subir as escadas o mais rápido que pode. Não lhe sobrara muitas forças nas pernas, mas o efeito que as pílulas lhe causavam tornavam os músculos dormentes e consequentemente aliviam as possíveis dores, alem de garantir pulso firme suficiente para puxar o gatilho assim que fosse necessário. Sentiu que a hora não demoraria.
Terceiro, quarto e quinto andar, e logo chegou exatamente no ponto onde travara o elevador com a suspeita presa dentro dele. Poderia agora mesmo acabar com todo aquele mistério, descobrir quem é a mulher que o estava fazendo de palhaço e dar uma boa lição na vadia. Mas não podia dar-se o luxo de gastar tempo e esforço com aquela satisfação pessoal enquanto a vida de Diogo estivesse em perigo. Respirou fundo, e quase que em um fôlego apenas, percorreu os andares restantes retornando ao sétimo andar. 
Colou as costas na parede lateral do corredor do prédio e com muita cautela esgueirou-se até o apartamento 73.

As luzes do prédio começaram a falhar. Piscavam alternando entre momentos iluminados e de escuridão que seria absoluta se não fosse quebrada pela luz que vazava através da porta, ainda escancarada, da cena do crime.
Aproximou-se da entrada e com uma espiada rápida conferiu o interior da residência. A primeira vista, não encontrou sinal do colega de profissão e nem de sua protegida, e isso o assustou. Mas ficou ainda mais perturbado ao notar que o corpo da jovem assassinada não estava mais no local demarcado.
Decidiu que precisava reforçar a dose e engoliu mais duas cápsulas. Deu uma sacudida no frasco antes de recoloca-lo no bolso e pelo som percebeu que restavam poucas unidades. Engatilhou a pistola e adentrou o recinto apontando-a para o nada.
Logo dentro da sala, reconheceu o urro que ouvira pelo rádio antes de perder contato com Diogo, desta vez, vindo de algum cômodo logo ali ao lado, e ainda mais horrendo sendo ouvido ao vivo.
Seguiu o som inumano até um dos quartos do apartamento e quase vomitou seu medicamento quando flagrou a seguinte cena. A jovem morta, a primeira vítima e a origem de todo este caso, estava debruçada sobre o corpo do perito policial enquanto arrancava pedaços de sua caixa torácica e os devorava feito um animal feroz.
-Mas que merda é essa?!
Ao ouvir a exclamação de Tim, a criatura interrompeu seu banquete por alguns instantes e olhou em sua direção. Seu rosto era esquálido e seus olhos de um azul pálido sem vida, ela grunhiu algo incompreensível para o detetive enquanto ainda mastigava pedaços de Diogo e logo depois voltou a despedaçar o corpo a procura de mais carne, ignorando sua presença.
Totalmente abalado, o experiente policial age por instinto e dispara três vezes contra a garota, ela rola ao ser atingida e cai do outro lado da cama, saindo do campo de visão do detetive que agora pode ver o estado lastimável de seu companheiro de serviço morto.
O silencio poético da situação é quebrado pelo barulho do maquinário do elevador indicando a curiosa volta de seu funcionamento. Seja lá quem fosse que estivesse em seu interior, conseguiu sair da arapuca armada por Tim e agora estava de volta ao jogo, ansiosa pela sua vez de jogar os dados da sorte.
A coisa ficava cada vez mais estranha e com menos sobreviventes que pudessem esclarecer todo o ocorrido dentro da mente cética do detetive. Olhou para o cadáver de Diogo Leitão e desejou mais alguns minutos ao lado do amigo só para ter a oportunidade de pedir desculpas pelas vezes que zombou de suas teorias místicas para algum assassinato.
Ele aperta com força o cabo da arma e corre até a sala tentando antecipar a próxima jogada da invasora.
***

Resultado da última enquete
Agora chegou a hora de participar desta história e dar sua contribuição para o rumo da trama. Você pode votar na enquete abaixo até a meia-noite da próxima terça (dia 05) e acompanhar o caminho escolhido pela maioria no sábado seguinte.
Também é importante que vocês usem os comentários do blog para aumentar essa interatividade que é essencial para a conclusão deste projeto.

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O que o Detetive Tim Roque deve fazer?
Esperar na sala e armar uma tocaia para a suspeita
Correr pelo corredor e tentar interceptar a suspeita no elevador
Procurar pela jovem Cássia e protege-la