Caso Perdido (conto interativo) – Parte 3

POSTADO POR: admin sáb, 26 de maio de 2012

Este é um conto-interativo que tem ocupado os sábados deste blog. A idéia é apresentar contos curtos e interligados, onde ao final de cada um, é apresentada uma enquete com opções para que você possa decidir a próxima ação do personagem, assim participando do enredo e influenciando diretamente no final da história.
Para acompanhar seu conteúdo, e começar a participar dessa interatividade, é sensato que você leia os capítulos anteriores:

O conto-Interativo ‘Caso Perdido’ é postado todo sábado e terá sua enquete encerrada a meio-noite de terça-feia. Continuando na semana seguinte e assim por diante até o seu final que pode ser a qualquer momento dependendo do rumo que os leitores derem a história.
A súplica chorosa da menina é abafada pelo som de tiros oriundos dos pisos inferiores do prédio. Cinco disparos seguidos por alguns gritos masculinos. Tim Roque saca sua arma e corre até a entrada do apartamento esquecendo-se de pular o corpo e chegando a tropeçar em um dos braços da vítima.
Ele cola as costas no batente da porta e examina o corredor apontando sua 9mm para todos os lados mas encontrando apenas alguns poucos vizinhos curiosos e assustados pelo barulho.
-Eu sou da policia. Voltem paras suas casas e fiquem trancados por lá até que eu diga que é seguro sair. AGORA!
Em poucos segundos o corredor se esvazia novamente deixando o caminho livre para o detetive tomar mais uma importante decisão em sua carreira policial.

Tim Roque seguiu pelo corredor com passos apressados, porém
cautelosos, até chegar à bifurcação onde novamente teria que optar entre o
elevador e a escada para descer os sete andares que o separavam do piso térreo.
Olhou rapidamente para o pequeno visor digital que, em vermelho, indicava que o
elevador estava parado no primeiro andar, provavelmente por ter sido usado para
levar os dois policiais subordinados de volta a seus postos há poucos minutos
atrás. Aproveitou a lembrança e tentou chama-los pelo radio, mas não obteve
resposta. Temeu pelo pior.

Mesmo com receio em deixar a jovem Cássia sobre a frágil proteção de
Diogo Leitão, ele tomou fôlego e começou a descer os degraus. A cada lance de
escada vencido, ele se permitia uma pequena pausa para silenciar o som de seus
passos na esperança de identificar algum novo barulho que denunciasse mais alguma surpresa desagradável.
Chegou fatigado ao solo. 
Com o corpo protegido por uma larga coluna do
edifício, espiou a situação da portaria com um rápido movimento de cabeça.
Os dois policiais fardados estavam caídos no saguão. Nitidamente
mortos. As paredes, antes brancas, estavam redecoradas com imensos respingos de
sangue e seus formatos indicavam um rápido ataque com armas brancas. Concluiu que os tiros ouvidos provinham das armas largadas ao lado dos corpos dos
policiais. E os gritos, dos próprios policias antes de serem abatidos.
O rangido da porta automática anunciou que o elevador estava sendo
utilizado. O detetive tentou correr, mas novamente foi vencido pela sua falta
de preparo físico. Chegou a tempo de ver o mecanismo se fechando com uma
silhueta feminina em seu interior, rumo aos pisos superiores.

A ideia de ter que subir as escadas, fazia Tim Roque sentir-se um
idiota. Havia caído em uma armadilha, e não gostou de saber disto. Estava o
tempo todo correndo em círculos, gastando suas poucas energias, e agora estava
fatigado demais para estar onde realmente deveria. Ao tomar ciência do jogo,
sentiu-se livre para criar suas próprias regras. Tomou mais duas de suas pílulas
controladas e conferiu o visor do elevador. Indicava que a estranha já
alcançava o terceiro andar.
Correu até o painel de força localizado na extrema esquerda da
portaria e com um tiro arrebentou o cadeado que lacrava a portinhola de ferro.
Precisou apenas de alguns segundos para identificar três chaves de energia
etiquetadas como ‘elevador’, empurrou os dispositivos para baixo e um som
abrupto que ecoou pelos corredores indicou o desligamento forçado do
maquinário, deixando o elevador parado entre o quinto e o sexto andar. Com a
suspeita aprisionada na caixa de metal, ganhou o fator tempo a seu favor e pode
respirar, um pouco, aliviado.
Sacou o radio e tentou contato com Diogo.
-Na escuta detetive…
-Presta atenção. Alguém abateu os dois guardas aqui da portaria e
tentou subir até vocês.
-Tentou? Como assim?
-Eu desliguei a força do elevador enquanto ele subia. Agora está
parado entre um dos andares. Proteja a menina, a esconda em algum lugar. Ela é
a nossa única pista deste caso.
-Pode deixar. Eu já cuidei disto detetive…Espera aí, mas que merda é
essa?
-O que foi?!
-A garota, ela está, está,… Arghhhh!
-Diogo?!

O que se seguiu pelo rádio foi estática e alguns sons indecifráveis
para Tim Roque. Pensou ter ouvido alguns gritos do perito, objetos caindo e se
quebrando pelo chão, barulhos de luta corporal, mas, além disso, um urro
gutural inumano. E então o silêncio.

A suposta assassina já provara sua astúcia, mas o detetive ainda
achava pouco provável que ela conseguisse fugir tão rapidamente da arapuca que
lhe armara no elevador, a não ser que estivesse sendo auxiliada por alguém previamente
instalado no prédio. Nesse momento sentiu falta de ouvir as teorias
escalafobéticas do amigo Diogo Leitão, imaginou que ele teria uma estranha explicação
sobrenatural para o acontecido.
Engoliu três das suas pílulas de uma vez e sentiu-se preparado para
dar seu próximo passo.

***
Resultado da última enquete
Agora chegou a hora de participar desta história e dar sua contribuição para o rumo da trama. Você pode votar na enquete abaixo até a meia-noite da próxima terça (dia 29) e acompanhar o caminho escolhido pela maioria no sábado seguinte.
Também é importante que vocês usem os comentários do blog para aumentar essa interatividade que é essencial para a conclusão deste projeto.

Qual seria a próxima ação do detetive Tim Roque?
Tentar ajudar o colega Diogo Leitão
Conferir o elevador com a suspeita
Procurar pela jovem Cássia