Big Jato (Xico Sá)

POSTADO POR: admin seg, 18 de novembro de 2013

Foi após algumas boas horas gastas perambulando atônito pela livraria que eu me deparei com o livro que finalmente levaria. Depois de correr os olhos pelas centenas de lombadas nas prateleiras, eu o encontrei meio que escondido em um cantinho cinzento, abarroado por outras obras. Sua capa de um colorido vivo me saltou a vista, e foi como encontrar algo que se procurava, sem nem estar procurando por nada.
Na verdade, eu já o conhecia por algumas notas na imprensa, e confesso que estava mesmo ansioso para encarar o Big Jato (Companhia das Letras, 182 páginas) do cronista Xico Sá, uma pessoa cujo o trabalho eu gosto e acompanho sempre que posso, nem que seja via Twitter.

O livro é uma ‘semi-biografia’ que narra a infância de um menino do Vale do Cariri, ao sul do estado do Ceará, envolto a uma realidade bem diferente das crianças criadas em uma cidade grande, mas ainda assim, com fortes referências a cultura pop. Mostrando que com a arte não tem dessa de fronteiras, ela vai até onde o saneamento básico não chega, e nem precisa de estradas bem asfaltadas para executar essa viagem.
Entre a dura realidade de ser o filho de um proletário limpador de fossas, e o sobrinho de um radialista conhecido por suas ‘loucuras’ na região, o som dos Beatles forma um forte elo entre esses dois diferentes exemplos masculinos para aquele garoto que recebe equilibradas lições que alternam do trabalho a vadiagem, da honestidade a malandragem e do Rock por subversão ao Rock só por diversão.

No início da década de 70, justo quando o regime militar vivia seu auge e a moda mudava a vida das pessoas através da música e do cinema, acompanhamos o jovem protagonista que assiste todas essas transformações através da janela empoeirada da boleia do caminhão Big Jato, que passa recolhendo os dejetos dos moradores do Vale do Cariri enquanto percorre as ruas desniveladas de uma terra despreparada para as mudanças bruscas que abateram o país na época. 
O progresso estava vindo, e no caminho passava e atropelava a cabeça de muita gente. Imagina então, as portas sensoriais que essas novidades poderiam abrir na cabeça de um menino que conhecia pouco mais do mundo além do que suas próprias vistas alcançavam.

Independente de sua história pessoal de vida, creio que qualquer leitor facilmente traçará paralelos e se identificará com várias das passagens dessa obra, que trata de relações humanas consideradas básicas pela maioria (como a de pai e filho, ou tio e sobrinho, por exemplo), mas que no fundo são tão complexas, que o assunto, e suas várias facetas, pode ser explorado o quanto quiser, pois sempre se terá algo novo para se aprender a respeito.

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