As melhores aparições do Diabo na literatura

POSTADO POR: admin sáb, 03 de junho de 2017

Porque será que o Diabo é sempre representado de forma tão atraente em suas descrições literárias? De fato deve haver algo intrigante em sua personificação maligna, já que, mesmo com toda a sua péssima fama, ele sempre consegue papéis de destaque em diversos livros, séries de TV, filmes, quadrinhos e até nas músicas (as normais, e as ouvidas ao contrário). Nessas passagens ele acaba ganhando nomes diferentes, roupagens variadas, e as vezes até muda de personalidade, mas segue mantendo um lugar cativo em grandes histórias.

Não importa o quão mal algum assassino psicopata, fantasma, vampiro, ou lobisomem possa parecer, o Diabo sempre será o pior vilão dentre todos eles. Não importa sobre qual alcunha esteja identificado, se Lúcifer, Satanás, Belzebu, capeta, anjo caído, coisa-ruim, anticristo, ou Michel Temer, é inegável que o cramulhão possui uma longa e frutífera relação com a literatura, e aqui estão algumas das suas melhores performances em obras literárias.

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✔ Coração Satânico (William Hjortsberg)
Coração Satânico se passa em Nova York, em 1959. Harry Angel é um detetive particular contratado para encontrar Johnny Favorite, um músico famoso que desaparecera após a Segunda Guerra Mundial. Psicologicamente transtornado com os campos de batalha, Johnny retornaria aos Estados Unidos em estado catatônico. Dias depois, ele some do hospital de veteranos, sem deixar rastros. O caso leva Harry Angel a se envolver com seguidores de magia negra, assassinos e um cliente que não ousa perdoar velhas dívidas.
A história seria consagrada mais uma vez em 1987, quando Coração Satânico ganhou uma adaptação cinematográfica dirigida por Alan Parker, com Mickey Rourke e Robert De Niro nos papéis principais. O sucesso do filme em todo o mundo apresentou Hjortsberg a novos leitores, mas infelizmente os brasileiros estavam a muito tempo sem acesso a sua verdadeira obra-prima. Dois anos antes, o autor já havia escrito o roteiro de A Lenda (1985), filme de fantasia dark dirigido por Ridley Scott, com Tom Cruise e Mia Sara. (Editora DarkSide Books)

✔ A Batalha do Apocalipse (Eduardo Spohr)
Aqui temos um demônio mais clássico que ainda preserva certas virtudes de seu tempo angelical. Apesar de Lúcifer não ser o foco das atrações dessa estória, o anjo caído comete aparições pontuais com uma personalidade muito bem construída pelo autor.
Único sobrevivente do expurgo, Ablon, o líder dos renegados, é convidado por Lúcifer, a se juntar às suas legiões na Batalha do Armagedon, o embate final entre o céu e o inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro da humanidade. Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano, das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra medieval, A Batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana, é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, repleto de lutas heroicas, magia, romance e suspense. (Editora Verus)

✔  O Mestre e Margarida (Mikhail Bulgakov)
Essa obra é um romance revolucionário, onde Bulgákov narra a fantástica chegada do diabo em plena Moscou comunista dos anos 1930. E satanás não está sozinho; em sua comitiva há uma feiticeira nua de “ardentes olhos fosforescentes”, um homem de roupas apertadas e monóculo rachado e um gato preto de “proporções espantosas”. Tudo começa em uma tarde de primavera, quando Satanás e seu séquito diabólico decidem visitar a cidade e encontram poetas, editores, burocratas e todo tipo de pessoas tentando levar a vida em pleno regime comunista. O que todos ali não sabem é que, depois dessa visita, nada será como antes.
Como se essa sinopse já não fosse o suficiente para levar qualquer um a procura desse livro, vale lembrar que a obra também inspirou a composição de ‘Sympathy for the Devil’ uma das maiores canções dos Rolling Stones. (Editora Alfaguara)

✔  O Demonologista (Andrew Pyper)
O Demonologista chega agora aos leitores brasileiros numa luxuosa edição em capa dura como só a DarkSide® Books sabe fazer. Leia O Demonologista antes de ele chegar ao cinema, nas mãos de Robert Zemeckis, diretor de Forrest Gump (1994) e da trilogia De Volta Para o Futuro (1985-1990). 
O personagem que dá título ao best-seller internacional é David Ullman, renomado professor da Universidade de Columbia, especializado na figura literária do Diabo – principalmente na obra-prima de John Milton, Paraíso Perdido. Para David, o Anjo Caído é apenas um ser mitológico. Ao aceitar um convite para testemunhar um suposto fenômeno sobrenatural em Veneza, David começa a ter motivos pessoais para mudar de opinião. O que seria apenas um boa desculpa para tirar férias na Itália com sua filha de 12 anos se transforma em uma jornada assustadora aos recantos mais sombrios da alma.
Enquanto corre contra o tempo, David precisa decifrar pistas escondidas no clássico Paraíso Perdido, e usar tudo o que aprendeu para enfrentar O Inominável e salvar sua filha do Inferno (Editora DarkSide Books)

✔  Memnoch, o demônio (Anne Rice)
Este livro é um bom exemplo que criaturas sobrenaturais não passam de meros capangas perto do chefão de fase, o senhor capeta. Nesse caso, revelado sobre o nome de Memnoch pela autora. Depois de explorar toda a crueldade contida em seus vampiros e os colocar como predadores naturais da humanidade, nessa obra, Anne Rice deixa seu protagonista Lestat em uma posição desconfortável perante alguém de poder superior.
Desta vez, num romance fantástico, ele enfrenta a maior das tentações: Memnoch coloca o imortal diante da oportunidade de voltar no tempo, conhecer a criação, visitar o purgatório e escolher entre o céu ou se tornar um príncipe no inferno. Nessa viagem de extremos, a autora propõe algumas situações que podem incomodar aos mais impressionáveis, mas que certamente tornam a leitura mais instigante. (Editora Rocco)

✔  O Exorcista (William Peter Blatty )
Publicado pela primeira vez em 1971, O Exorcista tornou-se não só um fenómeno literário como um dos livros mais assustadores e controversos alguma vez escritos. A história centra-se em Regan, a filha de doze anos de Chris MacNeil, uma ocupada actriz que reside em Washington D.C. A criança aparenta estar possuída por um demónio ancestral e cabe a dois padres a dura tarefa de o exorcizar, arriscando a sanidade e a própria vida. 
O Exorcista transcendeu as páginas escritas e saltou para o grande ecrã, onde se tornou uma referência incontornável do cinema. Mas se pensa que o filme é assustador, leia o livro. Até porque o filme nem chega a aflorar a ponta do iceberg! Propositadamente crua e profana, O Exorcista é uma obra com a capacidade de nos chocar, levando-nos a esquecer que “é apenas uma história”. (Editora Nova Fronteira)

✔  O Diabo Apaixonado (Jacques Cazotte)
O diabo apaixonado conta a história de Alvare que, em conversa com amigos sobre a cabala, é levado a evocar o diabo nas ruínas de Portici, perto de Nápoles. Movido pela curiosidade e desejoso de realizar a experiência, aceita o desafio proposto por seu amigo, Soberano, “profundo conhecedor das ciências ocultas”. 
Também nesse volume temos o conto Aventura do peregrino, narrativa do encontro de um monarca e um peregrino conhecedor da essência humana.
A obra do escritor francês do século XVIII é toda centrada na exploração do sobrenatural, sendo a novela fantástica O diabo apaixonado a mais conhecida.
O livro foi publicado no mesmo período em que Goethe iniciava Fausto, que traz inquietações bastante semelhantes. (Editora José Olympio)

✔  A Divina Comédia (Dante Alighieri)
Sabe quando alguém está te enchendo o saco por causa de algo, e você pensa que poderia ser muito pior, mas não possui uma base de comparação para atestar sua teoria? Nessas ocasiões você poderia simplesmente dizer algo do tipo: “Pelo menos você não está descendo para o inferno com um poeta morto, só para acabar cruzando com Satanás e suas três faces, meio imersas em gelo, mastigando Brutus, Cassius, e Judas Iscariotes, enquanto eles choram”.
Este é o melhor exemplo, e o mais terrível, em relação ao diabo que a humanidade conseguiu imaginar, e também é a única maneira adequada de terminar uma viagem através do Hades. (Editora Martin Claret)

✔  Fausto (Johann Wolfgang von Goethe)
Fausto é originalmente uma antiga lenda alemã, que antecede a peça de Goethe, e se assemelha ao conto bíblico de Jó, mas o malandro Mefistófeles, embora não seja exatamente uma pessoa agradável, com certeza é melhor companhia do que o monstro horrível que Dante descreveu.
A partir da lenda faustiana, Goethe trata do conflito de um homem que se dilacera entre a vontade de se elevar espiritualmente e a atração pelos prazeres e bens terrenos. Súmula de razão e emoção, consciência e natureza, a peça é uma das obras-primas da literatura universal. Fausto é uma poema dramático em que Goethe trabalhou desde a juventude; teve a sua primeira parte publicada em 1808, e a Segunda, postumamente. (Editora Martin Claret)

✔  Paraíso Perdido (John Milton)
O épico poema do século 17 de Milton nos deu um Satanás com ar carismático e quase simpático, que sabia muito bem o que queria ao proferir a célebre frase “Prefiro reinar no inferno do que servir no Céu.”.
Considerado um dos pilares da cultura de língua inglesa, essa obra é um clássico em que a erudição épica renascentista se associa à sonoridade retórica e religiosa do barroco.
Paraíso Perdido (1667) é a obra-prima de Milton, onde recria o conflito entre Lúcifer e Deus com uma metafísica monista e uma espécie de materialismo cristão. (Editora Martin Claret)

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