As Duas Faces da Glória (William Waack)

POSTADO POR: admin qui, 04 de junho de 2015

Apesar de ter sido o evento mais sanguinário do século passado, a II Guerra Mundial é um assunto que continua fascinando muita gente, principalmente aqueles cuja nacionalidade esteve presente neste episódio histórico. Como um admirador convicto do tema, eu não canso de consumir o extenso material que continua sendo produzido arduamente sobre o fato, seja na forma de filmes, séries, documentários ou livros. O que demonstra a incrível necessidade que temos de investigar e explorar este acontecimento que parece não ter limite para o número de visões e versões que podem ser geradas a seu respeito.

Mesmo que não sejamos o tipo de país que cultiva uma lembrança gloriosa e patriótica da guerra como os europeus e norte americanos, nós também estivemos lá. E por incrível que pareça do lado vencedor. E ainda que a nossa participação, muitas vezes, seja considerada menor ou apenas ‘simbólica’ por grande parte do nosso próprio povo, é sempre bom saber que os aliados e inimigos estrangeiros que lutaram com os nossos pracinhas, reconhecem e admiram o esforço heroico desses soldados enviados sem preparo, treinamento nem equipamento, para a morte certa em outro continente. 
Essa é a visão que pode ser conhecida no livro ‘As Duas Faces da Glória’ (Editora Planeta, 310 páginas), do jornalista William Waack. O autor tem mais de duas décadas de experiência atuando como correspondente de nove conflitos e cobrindo alguns dos eventos mais importantes da virada do século, e agora relança essa obra original sobre a ilustre participação do Brasil na segunda grande guerra.

Em um relato completo e preciso, Waack narra a contribuição desses bravos soldados brasileiros da FEB (Força Expedicionária Brasileira) na II Guerra, vista pelos olhos respeitosos de seus inimigos alemães e oficiais norte-americanos. Enquanto os primeiros mal sabiam que o Brasil havia entrado na batalha ao lado dos aliados, por sua vez, os americanos tentavam lidar com a personalidade pitoresca dos brasileiros nos treinamentos diários.
Com uma narrativa fácil, o livro é formatado em vários relatos e relatórios que quase passam como contos em algumas passagens, deixando qualquer entusiasta da matéria entretido no seu conteúdo, do primeiro parágrafo até a nota de rodapé… Que não são poucas. Com um trabalho meticuloso que reuniu diversos ex-combatentes e pesquisas em arquivos confidenciais de Londres e Washington localizados pelo jornalista, a obra apresenta um aspecto bem diferente dos fatos que sempre julgamos conhecer tão bem.

Quando foi publicado pela primeira vez em 1985, o livro causou certo desconforto devido a situação política da época. Pelo fato de descrever as ações das forças nacionais pelos olhos de ‘outros’, muitas vezes entrando em conflito com a versão oficial relatada pelos militares, o autor até foi acusado de tentar ‘denegrir a imagem das forças armadas’, gerando um intenso debate sobre o assunto, onde Waack chegou a ter as suas ‘reais intenções’ literárias investigadas pelo exército por ser filho de um oficial alemão. Por fim, o livro foi pobremente publicado com a mão pesada da censura do regime militar.
Nessa nova edição o autor pôde finalmente contar a visão do inimigo, sem interferência, de forma genuína e com novas informações colhidas nos seus últimos anos como repórter internacional. Uma grande oportunidade de conhecer uma faceta dessa história, que periga sumir junto com as lembranças faiscantes de seus remanescentes.


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