Ao resgate da Sessão da Tarde de raiz – BEN, o Rato Assassino

POSTADO POR: admin dom, 28 de abril de 2013

Antes que tentem me corrigir, já digo logo que tenho plena consciência que o filme de hoje referido nesta coluna, não passava na antiga Sessão da Tarde. Por mais que o ‘politicamente correto’ da época fosse qualquer nota, este filme em específico, já era ‘old school’ demais quando o horário foi criado. Então porque diabos ele está aqui? Eu explico,… Por simples e pura liberdade poética. Porque apesar da sua dramaticidade, e de conter um ‘assassino’ na tradução do título, eu me lembro desse filme com o mesmo carinho que tenho por ‘Goonies’. É, eu sei, eu era uma criança um tanto perturbada.

O fato é que aos sete anos eu era tão apaixonado por ‘Ben o Rato Assassino’ (Ben, 1972), que só agora ao rever o filme esta semana que eu notei que é um gênero de horror e, naquela idade, ele deveria me causar é muito medo. Mas tudo que eu sentia ao assistir a película era o afeto incondicional do garoto solitário pelo pequeno rato líder de uma horda de roedores matadores.
A trilha sonora é uma atração a parte. Interpretada pelo jovem Michael Jackson, a música ‘Ben’ chegou a ser indicada a um Oscar.
Após garimpar na coleção abandonada de vinis da minha mãe, encontrei um daqueles pequenos EPs de faixa única com a canção tema, e a ouvia incansavelmente pela casa. Me lembro claramente de, como qualquer criança normal, tentar cantarolar a música com um típico ‘embromation’ infantil, até ser censurado pelo desagradável do meu padastro com comentários sórdidos sobre o meu jeito “errado” de cantar, e ficar traumatizado de tal forma que nunca mais ousei cantá-la novamente. (A ironia fica por conta do fato de o babaca importunar uma criança de 7 anos com este ônus, quando o mesmo aos 40 também não sabia falar inglês).
Mais um ponto para que eu preferisse a companhia dos ratos.
E a sintonia do filme com minha maldita figura não para por aí. Neste mesmo período da minha infância, tive como animal de estimação um desses ratos albinos de cobaia, que até me rendeu o apelido de ‘Rato Branco’ entre meus familiares. Ou seja, embora a produção seja bem mais velha que eu, na minha cabecinha infantil, eu devia achar que o filme havia sido feito especificamente para mim, dada tamanha coincidência.
Infelizmente o meu rato cobaia nunca teve a perspicácia de atacar meu padastro.
Durante as pesquisas para a confecção desse texto, acabei descobrindo algumas curiosidades relacionadas ao filme que iam além do meu conhecimento como fã, e agora compartilho com vocês.
A primeira é que ‘Ben’ foi produzido como uma pseudo continuação para o filme ‘Willard’ de menor sucesso, talvez porque não tinha o Rei do Pop na trilha sonora. E a outra é que parece que ‘Willard’ teve uma espécie de reboot em 2003 em ‘A Vingança de Willard’, com altas referencias a ‘Ben’. 
Bom, pelo menos foi o que li na sinopse, e já estou correndo atrás de uma cópia para conferir essa história.
Hoje em dia o filme está super desatualizado e esquecido, e é certo que nunca mais causará impacto na vida de alguém, não como causou na minha. Se não for por saudosismo, assisti-lo atualmente pode ser uma tarefa um tanto difícil. Mas acho que ainda é válido para analisar as esquisitices do menino Danny, um protótipo do filho de mãe solteira.

Encontrar o filme completo foi até mais fácil do que eu imaginava. Ele pode ser assistido no vídeo abaixo em uma versão um tanto mal legendada, mas nada que interfira no lento andamento da história. Até porque grande parte dos diálogos ocorrem entre o garoto e o rato, e o Ben não é de falar muito!

Gostou de rever este clássico? Lembrou de mais algum filme marcante que gostaria de assistir? Conhece o link pra outro filme que merecia estar nas próximas sessões? Então deixe sua dica e sugestão nos comentários pra desenterrarmos a Sessão da Tarde de raiz.

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