Anjos da Morte (Eduardo Spohr)
Particularmente, eu já me daria por satisfeito em acompanhar a continuidade da jornada do grupo de protagonistas formado na obra anterior, mas o autor foi muito feliz em escolher ir alem dessa estrutura narrativa e paralelamente ao simples, explorou a história do anti-herói Denyel apresentando todas as cicatrizes do tempo que o tornaram o cara durão que ele é. Como em uma espécie de ‘Flashback’, somos conduzidos pelas missões do Querubim que atravessam eras e guerras, tanto terrenas quanto celestiais. Um recurso que me lembrou muito o filme Highlander, e um privilégio concedido apenas a personagens considerados ‘virtualmente’ imortais.
Da segunda grande guerra até o recente Vietnã, as descrições das batalhas em campo são surpreendentes, mostrando que o autor não teve dificuldade alguma de migrar das lutas desarmadas ou com espadas, para combates equipados com armas de fogo dos mais diversos calibres.
Com a história tomando um novo destino nessa segunda fase, o Brasil acaba por deixar de ser o palco principal e os personagens são lançados em uma verdadeira volta ao mundo em busca de seus objetivos,… E confesso que isso me fez falta. Talvez porque eu costumo escolher minhas leituras alternando pela nacionalidade dos autores, e quando optei em ler um autor nacional ( um dos melhores do gênero na atualidade), esperava encontrar mais referências tupiniquins.
Terminei a leitura com a sensação de ter lido um excelente livro, mas que poderia ter sido escrito por qualquer outro autor, em qualquer outro canto do planeta.
Se ‘Herdeiros de Atlantida’ rompeu paradigmas e apresentou um linha narrativa totalmente absolta de seu romance de estreia, já em ‘Anjos da Morte’ o autor parece retomar a estrutura e trejeitos de ‘A Batalha do Apocalipse’ com um protagonista central passando por suscetíveis provações e um romance moroso, o que torna algumas passagens um tanto longas e repetitivas demais na minha opinião. Mas ainda assim, acredito que seja algo imperceptível para quem não leu as obras anteriores.
Ao fim da história fica claro que Spohr quer ousar e ir ainda mais longe dentro dessa mitologia (e de outras), em seus futuros lançamentos. E apesar de que, por uma questão de gosto pessoal, eu não aprecie muito o rumo que as coisas estão tomando de uma forma geral, eu admiro e confio o suficiente na construção da escrita do autor, e já estou envolvido nessa aventura até o pescoço, para parar por aqui.
‘Anjos da Morte’ é, sem dúvida, uma história de meio de trilogia que cumpre o seu papel, mantendo um elo significativo com seu antecessor e sabiamente deixando o leitor ansioso pelo que ainda está por vir.
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