Amor é tudo aquilo que nós dissemos que não era

POSTADO POR: admin qua, 08 de maio de 2013

Confesso que não sou um árduo consumidor de poesia, mas quando se trata de algo escrito pelo velho Bukowski, nem mesmo a palavra ‘amor’ no título de uma obra me desanima a conhecer seus versos. Porque se o livro é desse cara, é certeza de que o ‘amor’ será tratado com o finesse que ele merece,… Como um sentimento vagabundo de quinta categoria.
Foi nessa empolgação toda que me empenhei na leitura de ‘Amor é tudo aquilo que nós dissemos que não era’, um livro de poesias do velho Buk com seleção e tradução de Fernando Koproski. Coisa rara no mercado editorial nacional, que demanda bem mais atenção para o lado ‘contista’ do escritor, e muitas vezes ignora sua obra poética.

Um livro com cheiro e textura das décadas áureas vividas pelo autor, com uma fidelidade que começa pelo designer, sem frescura e nem figuras, simples e sem apelações marqueteiras, exatamente como nas décadas de 50 a 70. E terminando pela inserção das versões originais em inglês das poesias. 
Uma obra que te desafia a não julga-la pela capa, ou acabará perdendo uma experiência incrível.
E como bônus, ainda temos as orelhas escritas pelo incrível Xico Sá, que embora não seja disposta em versos, tem o valor de uma poesia.

As estrofes de Bukowski possuem uma narrativa próxima aos parágrafos de  seus contos, onde praticamente tudo ao seu redor é usado como combustível da sua escrita, noitadas nos bares, amores maus sucedidos, ou até uma singela contemplação de bundas, e claro, tudo regado ao sabor etílico do ‘velho safado’ (como também é conhecido). Um excelente trabalho de resgate dos primórdios poéticos desse grande gênio, com poemas publicados em esquecidas revistas literárias americanas, e durante muito tempo inéditos aqui no Brasil.
E se você achar que ainda não é o suficiente, ao escrever essa resenha, me informei que existe um ‘Volume II’ intitulado ‘Essa Loucura Roubada que não desejo a ninguém  a não ser a mim mesmo amem’, que pretendo adquirir em breve.

Como esse meu exemplar me chegou de presente, eu não imaginei que ele já estava esgotado na maioria das grandes livrarias físicas e virtuais do país, e o quanto está difícil, pra não dizer impossível, encontra-lo. Mas não se desespere, felizmente eu encontrei um ponto de venda abastecido.
Portanto não perca tempo, clique agora no banner abaixo da Livraria da Folha e compre seu exemplar, ou ficará mais algumas décadas sem conhecer a veia poética desse mestre da literatura marginal.

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