Amaldiçoando a franquia ‘Pânico’

POSTADO POR: admin qua, 24 de abril de 2013

Pânico (Scream)

Diretor: Wes Craven (A Hora do Pesadelo)
Roteiro: Kevin Williamson (The Vampire Diaries)
Ano: 1996
País: EUA
Atores: Neve Campbell (Garotas Selvagens), Courteney Cox (Friends, Ace Ventura), David Arquette (Malditas Aranhas, Nunca Fui Beijada)
Chegou o momento. Cedo ou tarde teria de falar sobre as franquias. Essas histórias que os estúdios, puramente por fins monetários, transformam primogênitos de sucesso em “histórias infinitas”, e que, na maioria das vezes (Para não dizer todas) não se preocupam com o que estão apresentando (Vide centenas de continuações). Em meio a tantas, decidi começar com Pânico. Ou seja, na semana seguinte, apresentarei o restante da franquia. Tentarei, sucintamente, falar sobre mais de um no mesmo texto. Mas hoje, começaremos com todo o espaço que o primeiro filme merece.

Dirigido por um dos mestres do gênero, Wes Craven, somos apresentados ao que se tornaria um dos grandes sucessos do gênero. Na pequena cidade de Woodsboro, interior da Califórnia, a jovem Sidney tenta levar sua vida em frente, enquanto o aniversário de 1 ano do assassinato de sua mãe se aproxima. Numa noite, uma garota e seu namorado são brutalmente assassinados por alguém que se mostra fanático por filmes de terror, causando comoção em toda a cidade, além de trazer à tona segredos e problemas particulares da vida de Sidney. Em meio a personagens clichês como o policial bobalhão, a amiga loira (aquela que morre nos minutos iniciais apenas para mostrar o que os espera), a repórter interesseira, o namorado preocupado, o pai ausente, a mãe morta, o aniversário de seu assassinato, e, claro, os amigos bobocas, alguns chamam a atenção e, mesmo como coadjuvantes, apresentam a mensagem principal do filme. Estou falando de  Randy, um aficcionado por filmes de terror e atendente de uma locadora. Através dele, sem rodeios, regras básicas e certeiras existentes nos slashers são apresentadas como fatos concretos, equações certas que resultam em morte, nos fazendo lembrar dos muitos filmes que assistimos.

Numa forte alusão a Halloween, com direito a homenagens, cenas e citações sobre Jamie Lee Curtis, o sucesso de Pânico foi tamanho que, infelizmente, transformou-se numa franquia, retornando somente no quarto filme com um material realmente de qualidade.
A ironia é um dos grandes pontos do filme, sem em momento algum cair no ridículo. A maneira como Ghostface se locomove, tromba nos móveis, cai, tropeça e se levanta exclui qualquer possibilidade dele ser como os demais e já consagrados assassinos. Passa-se a impressão de que qualquer um poderia estar debaixo daquela fantasia, o que transforma a situação em algo ainda mais caótico. E assim, o filme revitaliza a fórmula simples e cativante do slasher, imortalizada por filmes como Halloween, que a película tem como maior homenageado. Além dele, em todo momento algum clichê e inúmeros outros filmes do gênero são citados como exemplo, comparação ou quando assistidos.

A meta linguagem existente no filme é muito bem trabalhada, conseguindo uma perfeita equalização entre ironizar e apresentar o gênero, sem sair do próprio, quebras absurdas no roteiro ou apelações baratas, como transforma-lo numa comédia descerebrada. Afinal, é muito fácil ironizar um gênero quando fora dele (Vide a franquia Todo Mundo em Pânico). Um gênero sendo apresentado e questionado dentro do mesmo. Mas conseguir tal resultado sem nenhuma oscilação é um grande mérito. Por isso, pelo cuidado com que este excelente slasher foi trabalhado, trazendo de volta nosso fascínio sobre os assassinos, Pânico torna-se um filme imprescindível na história dos filmes de terror.

Infelizmente o 2° e 3° filmes da franquia são dispensáveis, retornando com louvor no 4°. Resta saber se terá o 5°. Boatos já correm sobre…
E, levando a ironia ao máximo, não há nenhum negro no filme; consequentemente, nenhum morre. Se tratando de filmes de terror, sim, é uma ironia.
E qual pensamento tirei sobre?
Se não nos chamasse tanto a atenção, por qual outra razão identificaríamos essas regras que atravessaram décadas sem perder o frescor?
Premiações:
ASCAP Film and Television Music Awards – 1998 – ASCAP Award – Marco Beltrami (Trilha Sonora).
Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Filmes, USA – Saturn Award – 1997
Melhor atriz: Neve Campbell. Melhor Filme de Horror. Melhor Roteirisa: Kevin Williamson
Melhor Diretor: Wes Craven. Melhor ator coadjuvante:  Skeet Ulrich. Melhor atriz coadjuvante: Drew Barrymore.
Gérardmer Film Festival – Grand Prize – 1998 – Wes Craven.
International Horror Guild – 1997 – Melhor Filme
MTV Movie Awards – 1997 – Melhor Filme. Melhor Prformance Feminina: Neve Campbell.
Curiosidades:
É o 13° filme de terror mais rentável de todos os tempos.
O 6° filme de terror a ultrapassar a barreira dos 170 milhões de dólares em bilheteria. Antes dele, Tubarão, Tubarão 2, Drácula de Bram Stoker, Entrevista Com o Vampiro e O Exorcista.
Foi o filme de terror mais assistido em 1996/1997
Considerado a produção slasher com a maior bilheteria já registrada. Curiosamente suas sequências ocupam a 2° e 3° posição, seguido por Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado e Freddy Vs Jason.
O terceiro filme que mais rendeu monetariamente ao estúdio Dimension Films.
Fonte: Wikipedia.
Para assistir o filme online e dublado pelo youtube, veja o vídeo abaixo: 
Para saber mais sobre as regras que acercam o mundo do terror, leia o livro do nosso colunista.