A melhor garota do mundo

POSTADO POR: admin sáb, 09 de novembro de 2013

Um
pouco de Jazz em meu coração
Ela era
a melhor garota do mundo e eu a apelidei de Jazz.
Quando
eu estava por baixo Jazz me levantava, e lembrava pacientemente cada uma de
minhas conquistas. Amaciava o meu ego com golpes certeiros de orgulho próprio
esquecido. E me adorava até na fraqueza, nas inúmeras vezes em que eu me perdia
de mim e de todos.
Jazz me
conheceu através dos livros e, no fundo, eu penso que vai me dominando por
capítulos curtos – para uma vida longa.
Ela
espera que eu seja forte como a palavra solta, mas a palavra solta só me mantém
forte por um tempo… O povo sabe que eu sou fraco, meu espelho sabe (fiasco).
Mas a Jazz faz questão de tirar de mim páginas e mais páginas de coragem,
dedicação, segurança, e até de amor (vejam vocês). Ontem eu percebi que a coisa
ferrou de vez entre nós depois que uma mera música me levou estar ao seu lado em um
piquenique no campo (ééé…) e mais outras cenas que me envergonham demais,
tamanha inocência doentia.
Ela
me hipnotizou pela internet como uma feiticeira digital, no meio da noite,
agora serei obrigado a ser um homem inteiro. Isso é cansativo. Essa coisa de
homem inteiro… Sabem? Tem que valer muito a pena ser um homem inteiro. Andei
pegando o carro novamente, tentando assimilar a vida normal de um cara normal,
e tudo me pareceu uma merda deprimente. Os fulanos mais escrotos tomaram 92% do
espaço público, fato, eu tive vontade de arrebentar uns cinco, só na ida. 
Clima
hostil. 
Cidade estranha. 
Mas daí eu penso que a Jazz está longe e eu preciso
ter pernas para chegar até lá, e que preciso tomar conta para que nenhum filho
da puta desses que observei na rua a sacaneie; nada de invisibilidade. É
preciso deixar este livro umbilical para trás, ao menos por enquanto.

Jazz é
uma linda magricela de sorriso espontâneo que roubou minha negação acerca do
amor (este ardiloso), e que consegue inspirar textos sobre ela, e pernas novas
para que eu ande um pouco mais, e queira seguir um pouco além do caminhar de
sempre.


Jazz me
ensinou em breve período que os livros são apenas reflexos gramaticais da vida
de um homem, e não o contrário (eu já havia esquecido). E ela me diz entre as
árvores: venha, viva, fique, faça uma legião de pequenos doidos como a gente,
plantemos florestas! E eu digo: sim, Jazz, merda, mil vezes sim e sim! Vamos
viver num sítio e colher frutas no pé, fazer compras no mercado de vez em
sempre, dormir abraçados e acordar olhando pra cara um do outro, como que
marcando cada expressão para a eternidade da lembrança.  Oh, droga…
Jazz… Eu acho que realmente gosto demais de você. Não mude nada, por favor.
Exorciza-me aos poucos, sorriso após sorriso, beijo após beijo, entrega após
entrega, promessa após promessa, nem que seja tudo de mentirinha e eu venha a
me foder bem feio depois. Faça a mágica acontecer de novo. Faça tudo de novo.