A Maldição do Cinema – ‘Angst’

POSTADO POR: admin qua, 11 de setembro de 2013

Angst (Angst)
Diretor: Gerald Kargl
Roteiro: Gerald Kargl, Zbigniew Rybczynski
Ano:
1983
País:
Áustria
Atores:
Erwin Leder, Robert Hunger-Bühler, Silvia Rabenreither
Angst – palavra alemã usada para medo ou ansiedade. Para descrever um conflito
interno. Angst diferencia-se de Furcht (medo), que se refere a uma ameaça
material, enquanto angst; uma emoção não direcional 
(Fonte: Wikipedia).

Inspirado no assassino Werner Kniesek que, em 1980, torturou
e matou uma família, após o fim de sua sentença de quatro anos
por tentar assassinar a própria mãe, foi libertado. De volta à sociedade,
rapidamente é tomado por uma enxurrada de sentimentos e pensamentos que o levam
a invadir uma casa e reiniciar o mortal caos.

Filmes sobre assassinos são tão corriqueiros quanto qualquer outra coisa. Todos
têm suas razões, traumas, vinganças, máscaras, deformações físicas ou mentais,
de origem sobrenatural; enfim, as equações apresentadas, que sempre resultam em
morte, são infinitas. E nós os amamos como se não houvesse amanhã. Alguns se glamourizaram,  outros o público desejou jamais rever devido ao pavor sentido,
poucos permaneceram no imaginário, até mesmo daqueles que jamais assistiram um
de seus filmes. A verdade é que sempre haverá um novo assassino para
admirarmos. Um novo slasher para assistirmos.
A película austríaca quebra toda e qualquer expectativa ao apresentar um
assassino tanto quanto intenso, sério, dono de ações cruas, violentas e
impactantes, indo sem rodeios ao que talvez seja o mais importante: Famosos,
mascarados, traumatizados ou não, o cerne de todos é o mesmo.
Tenso, perturbador e triste, em Angst não há o menor resquício de irrealidade,
sedução ou empatia. Enquanto assiste, descobre que está diante de algo sério,
que machuca e assusta por te colocar diante de uma realidade que sim, é
facilmente encontrada. Intencionalmente, ou não, o assassino não tem nome. É
aquele que mata e tal informação é suficiente. Talvez, por tratar-se de uma
metáfora referente ao que foi dito logo acima.
Diálogos inexistentes são substituídos por nossa inserção na mente do
assassino, aliado aos planos de câmera que potencializam tudo que ele
vive/pensa. Tudo acompanhado por uma impactante e perfeitamente encaixada
trilha sonora (Que em alguns momentos parece ter sido composta por Goblin,
banda autora das trilhas de Suspiria (1977) e Phenomena (1985)).
A presença do cão é um tanto quanto significativa, quebrando todo o clima
instaurado sem cair no ridículo, incomodando ao extremo por nos aproximar
dessa realidade. E o que seria ela senão fatos aparentemente desencaixados que
compõe a cena? Quanto mais real, mais nos aproxima e nos faz pensar.
E nesse choque de realidade, os pensamentos do protagonista misturam e
apresentam declarações de vários assassinos, entre eles Peter Kürten, mais
conhecido como O Vampiro de Dusseldorf.

Um filme atemporal e imprescindível a todos os amantes dos assassinos. Para os
fãs do sub-gênero e aqueles que carregam alguma curiosidade sobre essas
estranhas pessoas que seguem tal caminho.

Certamente as coisas mudarão após deparar-se com esta obra. Por maior que seja
nosso amor por Jason, Freddy, Hannibal e muitos outros, após Angst, você jamais
verá um assassino da mesma forma.
Uma obra prima sobre o tema.

E
qual o pensamento que tirei sobre?

Ok, ninguém aqui virará assassino ou coisa parecida após
assistir um desses filmes (Assim espero). Se isso ocorrer com você, saiba que
a culpa é sua e não da obra. #tomanacara
Assista ao trailer no vídeo abaixo:
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