A Lista de Leitura dos 7 Pecados Capitais: IRA

POSTADO POR: Maldito dom, 09 de fevereiro de 2014

Dando sequência a nossa Lista de Leitura dos 7 Pecados Capitais, abordaremos agora a engrenagem motora em que foi baseada grande parte da nossa história: a IRA, um pecado traiçoeiro e um dos meus favoritos. 
Certamente um vício do qual todos estamos sujeitos, sem exceções. A raiva, fúria, destempero, ou como prefira chamar, pode insurgir onde, e de quem, menos se espera. Basta recordar de clássicas histórias mitológicas em que até os Deuses estão sujeitos a seus momentos de ira e dias de fúria.
Para aqueles que sofrem desse mal e reconhecem que são uma granada sem pino prestes a explodir, temos aqui algumas sugestões de livros que versam sobre esse tema…
✔ Moby Dick , de Herman Melville
Como uma filha desgarrada da Mãe Natureza, e com a ferocidade de um demônio irado, a baleia branca destruidora de navios perde a vida injetada com a raiva mais singular da literatura.
Inspirado pelas experiências pessoais do autor e por outros acontecimentos que marcaram o período, Moby Dick representa, além de uma complexa narrativa de ação, uma profunda reflexão sobre o confronto entre o homem e a natureza, ou segundo alguns especialistas, entre o homem e o Criador, reforçada pela universalidade dos tripulantes do navio Pequod, o que sugere uma representação da Humanidade. Obra de profundo simbolismo. Inclui referências a temas diversos como religião, biologia, idealismo, pragmatismo e, claro, a vingança.
✔ Carrie , de Stephen King 
A obra apresenta a adolescência de uma jovem problemática, perseguida pelos colegas, professores e impedida pela mãe de levar a vida como as garotas de sua idade. Só que Carrie guarda um segredo: quando ela está por perto, coisas estranhas acontecem, misteriosamente. 
Aos 16 anos, Carrie prepara sua vingança contra todos os que a prejudicaram, criando a cena de fúria mais épica da literatura.
Até 1972, Stephen King ainda era um professor cujo salário mal dava para sustentar a mulher, Tabitha, e os dois filhos. Nas horas vagas, escrevia histórias de suspense, sempre rejeitadas pelas editoras. Foi então que finalizou mais uma obra. Em seguida, porém, desiludido com o mercado editorial, King arremessou-a pela janela. Foi Tabitha quem o convenceu de recuperar os originais e tentar outra vez. Enviado a um editor, o livro foi aceito. Nascia Carrie, a Estranha, obra que lançou Stephen King no cenário literário mundial.
✔ A Volta do Poderoso Chefão, de Mark Winegardner
*Livro já resenhado aqui no blog. Clique aqui para ler a resenha. 
A raiva e a vingança sempre andaram lado a lado com a máfia. É como se fosse um impulso natural para os integrantes dessa organização criminosa. 
Nesta obra, Winegardner apresenta uma espécie de spin-off da poderosa família de mafiosos criada por Mario Puzo, em que Michael Corleone, logo após consolidar sua vitória na batalha sangrenta entre as famílias de Nova York, precisa lidar com um astuto adversário, seu antigo guarda-costas Nick Geraci.
Após ser usado como um mero peão em um jogo sujo armado pelos Corleones, Nick forja a própria morte e articula um engenhoso esquema para vingar-se de seus ex-patronos.
✔ Xadrez, Truco e outras Guerras, de José Roberto Torero
Destilando sua conhecida ironia e sarcasmo, José Roberto Torero é mais um autor da Coleção Plenos Pecados, da Editora Objetiva. Em seu romance Xadrez, Truco e Outras Guerras, ele nos fala do pecado mais cometido ao longo da história da humanidade. 
Torero nos absolve, no entanto, de parte deste mal. Inspirando-se livremente na Guerra do Paraguai, ele mostra que grandes e pequenas iras nem sempre constituem pecados – algumas vezes, são virtudes. Torero leva o leitor a conhecer cada instante da guerra – das artimanhas dos bastidores à violência do campo de batalha; dos atos heróicos às paixões clandestinas. Uma guerra não se constrói apenas com atos corajosos. Há paixões mesquinhas. Gestos infames. Feitos inglórios. Há covardia, medo, mortes. Há até mesmo amor. Com um texto ao mesmo tempo direto e requintado, o autor lança mão de instigante arquitetura literária, em que, como nos jogos de tabuleiro, as peças vão-se combinando ao longo da leitura. 
✔ O PAU, de Fernanda Young
Diz a crença popular que a vingança é um prato que se come frio. Em ‘O Pau’, Fernanda Young fala do tema ao contar a história de Adriana, uma bela designer de joias que descobre sinais da traição do namorado, 14 anos mais novo. 
Linda, bem nascida e com uma carreira de sucesso, Adriana tem 38 anos e sofre com as inseguranças que atingem boa parte das mulheres de sua idade. O corpo, embora cuidado com esmero, não tem mais a firmeza encontrada nas meninas de 20. No rosto, começam a despontar as primeiras marcas de expressão, e temores como o aumento do grau dos óculos para vista cansada são uma constante. Por dentro, as marcas de sucessivas decepções amorosas a tornaram extremamente desconfiada. Tudo parecia ir bem até uma noite em que, acordada sozinha na sala da casa do namorado, ouve o celular dele apitar com uma mensagem de um remetente sem nome. Em poucos minutos, a desconfiança de Adriana cresce e ela descobre a identidade de quem mandou o torpedo: uma modelo e atriz que diz ter 21 anos. Diante dos sinais de traição, a designer monta um elaborado plano de vingança, com o objetivo de destruir o que acredita ser a única coisa com a qual seu namorado se importa: o próprio pênis.
✔ O Mágico de OZ, de L. Frank Baum
Quando a pequena Dorothy contemplava a cinzenta fazenda em que vivia com sua tia e seu tio Henry, nem podia imaginar que um ciclone iria arrancá-la dali e levá-la para a mais fabulosa das terras: a terra de Oz, onde um mago poderoso regulava a vida de todos e onde coisas maravilhosas aconteciam. Uma terra cheia de aventuras e perigos, mas também onde Dorothy iria encontrar a verdadeira amizade, na companhia do Espantalho sem cérebro, o Homem de Lata sem coração e o Leão sem coragem.
A história parece maravilhosa se resumida dessa forma, mas não podemos esquecer da ‘irada’ Bruxa Malvada do Oeste que não mede esforços enviando lobos, corvos, abelhas, soldados e até macacos voadores para capturar a pobre menina do Kansas, o que a torna uma vilã clássica dos contos de fantasia.
✔ Otelo, o Mouro de Veneza, de William Shakespeare
Otelo é um nobre mouro e soldado de fortuna, cujo valor o elevou ao posto de general. O herói da tragédia shakespeariana é chamado a enfrentar o impossível e a morrer sem esperança e recompensa – o ciumento mouro estrangula a inocente Desdêmona. Todas as épocas e todos os homens encontram a sua imagem refletida no espelho universal de Shakespeare. Os ecos de sua paixão e de sua poesia ressoam no nosso espírito – e assim será até o fim dos tempos.
Nesta peça, de Shakespeare criou uma de suas melhores tramas. Otelo, homem destemido e grande guerreiro, é envenenado pelas palavras de Iago, homem cínico que quer tomar seu lugar no comando das tropas, e acaba por assassinar sua bela e jovem esposa em um momento de fúria.
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