A Lista de Leitura dos 7 Pecados Capitais: INVEJA

POSTADO POR: Maldito qua, 19 de março de 2014

Dando sequência a nossa Lista de Leitura dos 7 Pecados Capitais, o vício da vez é um dos mais terríveis dentre eles. Alguns dos pecados podem parecer natural, divertido, gratificante e até agradável como é o caso da Preguiça e a Gula. A Ira, Avareza e Luxúria muitas vezes passam despercebidos até a pessoa comete-los, e em certas circunstancias a Soberba pode até ser considerada um trunfo. Mas o veneno da INVEJA corrói tudo que vê pela frente. E muitas vezes, é ela que nos leva a cometer outros pecados.
E caso você seja alguém envenenado por esse vício, ou mesmo já foi vítima, da inveja, separamos aqui alguns livros que abordam esse tama com sofreguidão…
✔ O Sol Também se Levanta, de Ernest Hemingway
O Sol Também se Levanta retrata o cotidiano de um grupo de expatriados boêmios, ingleses e norte-americanos, após o término da Primeira Guerra Mundial. Os cenários escolhidos para o romance foram as cidades de Paris e Pamplona, durante o Festival de San Firmin. O norte-americano Jacob Barnes é o protagonista e narrador da história. Conhecido como Jake, ele trabalha como repórter em Paris. Jake volta impotente da guerra e acaba se apaixonando por Lady Brett Ashley, mulher de personalidade fútil, que trata os homens como simples objeto e envolve-se com vários deles, apesar de ser comprometida. Para O Sol Também se Levanta Hemingway criou tipos humanos complexos, representando assim uma geração contaminada pela ironia e pelo vazio diante da vida, com seus valores morais destruídos pela guerra e irremediavelmente perdidos. Temas como a solidão e a morte, os preferidos do escritor, são explorados de forma brilhante. Escrito originalmente em 1926 e publicado em 1927, O Sol Também se Levanta foi o primeiro romance de Ernest Hemingway, sendo considerado, por muitos, como sua obra mais refinada em termos de técnica literária.

✔ O Americano Tranquilo, de Graham Greene
Em O Americano tranquilo, torna-se clara a confluência, característica da obra de Greene, entre enredo detetivesco, pano de fundo marcado pela conjuntura política e personagens que, envolvidas em dramas de Consciência moral, são assombrados pelo fantasma do crime, essa forma radical de exorcizar os desejos. A ação do livro é ambientada durante a Guerra da Indochina, na qual se enfrentaram a França e os guerrilheiros comunistas de Ho Chi Minh. O conflito é seguido de perto pelos correspondentes de guerra, dentre os quais Thomas Fowler, veterano jornalista inglês que divide o tempo ocioso entre as casas de ópio de Saigon e a amante vietnamita Phuong. Quando Fowler conhece o jovem norte-Americano Alden Pyle, estabelece-se entre eles uma empatia que logo se transformará também em rivalidade sexual, precipitando os acontecimentos que dão andamento à trama – encantado, Pyle propõe casamento a Phuong, algo que Fowler só conseguirá evitar se obtiver o divórcio da mulher (que está em Londres); do contrário, será obrigado a respeitar os costumes locais e aceitar que a irmã mais velha de Phuong a entregue às promessas de segurança representadas pelo norte-Americano.
Em ‘O Americano Tranquilo’, enfim, temos formas de conceber a realidade que derivam do modo como as relações afetivas e as posturas ideológicas se modificam reciprocamente, com uma complexidade que só os grandes romancistas podem representar – Mesmo que essa complexidade esteja disfarçada, como em Greene, pelo enredo envolvente de uma intriga policial. 
✔ Madame Bovary, de Gustave Flaubert
Emma Bovary não pode ser feliz. Ela constantemente cobiça uma vida de moda, romance, e dinheiro, vivendo através de suas ilusões, em vez de encontrar a felicidade em sua realidade. Ela inveja tanto o estilo de vida que não pode ter, que destrói a sua vida, e aqueles ao seu redor, a fim de alcançá-lo.
Madame Bovary é a obra fundamental de Flaubert. Trata-se de um raridade, mesmo em um clássico, um exercício meticuloso de escrita que igualmente desafiava as estruturas literárias e as convenções sociais. Não à toa, na época de lançamento o impacto foi duplo: um sucesso de público e a reação feroz do governo francês, que levou o autor a julgamento sob a acusação de imoralidade. Flaubert inventou um estilo totalmente novo e moderno, praticando uma escrita que, ao longo dos cinco anos que levou para terminar o livro, literalmente avançou palavra a palavra. Cada frase devia refletir o esforço em obtê-la, sendo reescrita e reescrita ad infinitum. Mestre do realismo, o autor documenta a paisagem e o cotidiano da segunda metade do século XIX, ironizando os romances sentimentais e folhetins, gêneros que considerava obsoletos. 
A história faz um ataque à burguesia, desmoralizando-a com a descrição exuberante de sua banalidade. Em um tempo em que as mulheres eram submissas, Emma Bovary encontra nos tolos romances dos livros o antídoto para o tédio conjugal e inaugura uma galeria de famosas esposas adúlteras atormentadas na literatura.
✔ Otelo, de William Shakespeare
Otelo, general mouro a serviço da República de Veneza, casa-se com a bela Desdêmona. Torna-se governador de Chipre e designa o tenente Cássio como seu principal auxiliar. Tomado pela inveja, Iago, que se julgava merecedor da promoção, trama uma cruel vingança: Faz Otelo acreditar que sua mulher e Cássio o traem. Desse ciúme doentio resultará uma tragédia.
Há uma boa chance de que Iago, o vilão da trama, seja o que nós hoje chamamos de um psicopata, ou seria um sociopata. O enredo gira em torno da ideia de gerar falsas inveja em cada personagem do livro, sabendo que é uma influência destrutiva que tudo consome. É como se ele encontra-se alegria em manipular e criar discórdia entre aqueles que o cercam.

✔ Inveja, de Gregg Olsen
A jovem Katelyn Berkley foi encontrada morta na banheira de sua casa. A cena era horripilante. Seus olhos vidrados e sua pele queimada deixaram a pequena cidade de Port Gamble em choque. A polícia foi rápida em encontrar evidentes sinais de suicídio.
É verdade que Katelyn era uma adolescente um tanto deprimida e de aparência soturna, mas nunca havia demonstrado nenhuma intenção de acabar com sua própria vida. Nem para os mais próximos. 
As irmãs Taylor e Hayley Ryan, vizinhas e amigas de infância de Katelyn, são as primeiras a duvidar da conclusão oficial. Mais do que isso. Elas possuem indícios, obtidos de maneira nada convencional, de que o que aconteceu pode ter sido um assassinato. 
Agindo por conta própria, as garotas saem em busca da verdade. E, quanto mais mergulham no mundo de Katelyn, mais descobrem fatos perturbadores. Até que vem à tona um segredo escondido no passado que elas não podiam nem imaginar.
Mal Secreto, de Zuenir Ventura
O ódio espuma. A preguiça se derrama. A gula engorda. A avareza acumula. A luxúria se oferece. O orgulho brilha. Só a inveja se esconde.” Pois foi justamente sobre este pecado tão complexo que se debruçou Zuenir Ventura durante quase dois anos. Em “Mal Secreto”, o primeiro volume da coleção Plenos Pecados, da Editora Objetiva, o autor convida o leitor a um mergulho no universo daquele que foi apontado, numa pesquisa exclusiva, entre os brasileiros, como o mais conhecido dos pecados capitais.
Ao investigar o tema, o jornalista e escritor Zuenir Ventura esbarra em histórias de amor, medo e morte. Exatamente como nos romances policiais, alguém tropeça num corpo. Realidade? Ficção? ‘Mal secreto’ mistura aventura e revelações, como num jogo tecido pela própria inveja onde o mais importante não é o que se ganha, mas o que o outro perde.

✔ A Cabala da Inveja, de Nilton Bonder
Último livro da trilogia inspirada no ditado judaico “De três maneiras é uma pessoa conhecida: através de seu corpo, seu bolso e sua raiva”, A Cabala da Inveja, de Nilton Bonder, trata de um tema mais atual do que nunca: a violência. 
Segundo a Cabala, a inveja nada mais é do que um receptáculo de raiva, pois ela faz com que o invejoso retenha muito ódio no coração. Para o autor, é uma espécie de celulite emocional e espiritual, capaz de controlar atos, situações e vidas inteiras. Esse sentimento tão nocivo estimula rixas e nos faz gastar imensas doses de vitalidade. Ao lidarmos com a inveja e os conflitos afetivos em relação ao outro, acabamos por explorar as fronteiras do ser humano. Nilton Bonder explica que a paz e a tranquilidade são estados passageiros de equilíbrio. Justamente por isso devemos buscá-las constantemente, em vez de ceder à tentação de nos irritarmos com sua transitoriedade.
Segundo o autor, é somente aprendendo a conviver com o que chamamos de má vontade e não levar tudo para o lado pessoa que se desenvolverá a capacidade de escapar das armadilhas do rancor e embarcar em uma aventura rumo ao verdadeiro perdão, capaz de acalmar um espírito angustiado.