7 Livros sobre prostitutas e o baixo meretrício

POSTADO POR: admin qua, 01 de julho de 2015

Mulher da vida, meretriz, cortesã, desfrutável; há muitas formas ‘delicadas’ para se etiquetar essa que é a profissão mais antiga do mundo, e certamente o grupo social mais marginalizado na história da humanidade. Ainda assim, as prostitutas também serviram como musas para uma série de personagens bem complexos. Muitos autores buscaram inspiração na vida difícil das ditas ‘mulheres fáceis’ do baixo meretrício. Alguns procuraram inspiração até mesmo entre seus decotes. Para um escritor, descrever a prostituição é uma ação envolvente que pode revelar muito sobre a dinâmica dos gêneros.

Sabemos que este é um assunto que cabe uma discussão bem maior do que o espaço limitado das páginas de um livro. E o nosso intuito com essa lista de obras não é criar um inventário nem fazer qualquer crítica ao tema mencionado. O objetivo aqui é que esse seja um ponto de partida para leitores e escritores que desejam explorar as diferentes perspectivas desse assunto que ainda permanece como um tabu para muitos segmentos sociais.
Se você já tem maturidade suficiente para lidar com este tópico, confira abaixo alguns dos melhores livros sobre prostituição.

✔ Vale do Encantamento: A Saga de Três Gerações de Mulheres, de Amy Tan
Na Xangai do início do século XX, Violet é uma influente cortesã, cuja fama foi sendo construída desde quando era uma garota de 12 anos e já incitava o desejo dos homens que frequentavam o prostíbulo onde cresceu. No entanto, o glamour dos luxuosos salões dedicados ao prazer esconde a dura realidade da protagonista. Abandonada pela mãe – a cafetina americana Lucia, que emigrou de São Francisco, nos Estados Unidos, para a China, por amor a um pintor -, ela busca as origens de sua família, em um remoto vilarejo no interior do país asiático, para compreender quem é, de onde vem e para onde deve prosseguir.
Nessa sua trajetória, Violet acredita que, se conseguir todas as respostas a essas suas dúvidas, conseguirá superar seus maiores e mais complexos problemas – como a superação da dor por ter sido abandonada pela mãe e se separado da filha, Flora -, amar e ser amada de verdade. Tendo como pano de fundo os acontecimentos históricos que marcaram a vida dos habitantes de Xangai, esse romance revela uma história marcada por traumas gerados pelo preconceito, diferenças culturais e a dor das separações. Mas também mostrará que o amor entre mãe e filha sempre supera os obstáculos e ajuda a vencer a batalha da vida. (Editora Planeta)

✔ Chamada Perdida, de Michael Connelly

Abandonado pela namorada, Henry Pierde se instala em um novo apartamento e se depara com várias mensagens misteriosas em sua secretária eletrônica. Fundador da Amadeo Technologies, o jovem cientista está a frente de uma corrida tecnológica que revenderá milhões de dólares a quem desenvolver supercomputadores do tamanho de uma moeda. Entretanto, ele não consegue tirar as mensagens para Lilly de sua cabeça. Algo está errado. O telefone não pára de tocar na residência de Henry, que deixa de lado sua vida profissional para localizar uma mulher que nunca viu na vida. Com isso entre em contanto com um universo pornográfico: de garotas programas a sites eróticos. Ao que parece, Lilly é objeto de desejo de muitos homens. Ao tentar ajudá-la, contudo, Pierce entra em um mundo em que alta tecnologia e supercomputadores não significam nada. Um verdadeiro estranho lutando contra forças na qual compreende. (Editora Record)

✔ Eny e o Grande Bordel Brasileiro, de Lucius de Mello

Desde os vinhedos de Salerno, na Itália, até a cidade de Bauru, no interior de São Paulo, a história real daquela que foi considerada a maior cafetina do país, Eny Cezarino, percorre os séculos XIX e XX. Contrariando o desejo de seus pais, que a criaram para ser uma respeitada dama e se casar bem, como se dizia antigamente, a paulistana Eny tornou-se a proprietária de um dos mais famosos bordéis do Brasil, que teve seu auge entre as décadas de 1960 e 1970. 
Esse curioso paradoxo é contado de forma romanceada pelo jornalista Lucius de Mello, que, com uma prosa fundamentada em entrevistas, material iconográfico com e em jornais e revistas, apresenta com riqueza de detalhes a trajetória da ‘Casa da Eny’ – como era conhecido o bordel dessa famosa personagem de alcova.
Belas garotas, com seus ‘corpos violão’, e homens célebres, entre eles artistas, empresários, políticos e até religiosos, circularam pelos salões, quartos e festas do endereço luxurioso e fizeram a fama do lugar, cujo cotidiano e segredos são revelados em Eny e o Grande Bordel Brasileiro. (Editora Planeta)

✔ Pétala Escarlate, Flor Branca, de Michel Faber

Obra-Prima Ambientada na Inglaterra Vitoriana 
Sugar é uma jovem prostituta do bordel de Sra. Castaway que almeja uma vida melhor. Encantadora, ela conquista os homens com malícias na cama e conversas inteligentes. Em pouco tempo seu cliente William Rackham, um magnata da indústria do perfume, se apaixona e a convida para ser preceptora de sua filha. Impulsionada pela paixão, Sugar começa a ascender e a conquistar seu lugar na sociedade.
A obsessão, a embriaguez e a hipocrisia da aristocracia inglesa do século XIX servem como cenário para este romance arrebatador. Com uma narrativa refinada, Michel Faber conquista o leitor a cada página e o conduz a um passeio histórico pelos bordéis, tavernas e luxúria da Inglaterra de 1875. (Editora BestBolso)

✔ Pagando Por Sexo, de Chester Brown

É um relato pessoal íntimo e honesto do quadrinista canadense Chester Brown, que, depois de ser dispensado pela namorada, deseja sexo, mas não quer se envolver romanticamente com ninguém. A solução foi sair com prostitutas. Ao longo do livro, o autor descreve com seus desenhos objetivos as várias experiências que teve e defende a superioridade desse tipo de relação sobre a tradicional relação homem/mulher, que ele classifica de ‘monogamia possessiva’. 
Nos 33 capítulos do livro, Brown narra suas experiências com cada uma das 23 prostitutas com quem saiu (uma delas, aliás, ele identificou com dois nomes diferentes). Ele dá detalhes das características físicas e do desempenho sexual de cada uma (embora nada que possa comprometer o anonimato delas) e acaba se tornando um expert no assunto, aprendendo como chamar uma prostituta, quanto dar de gorjeta, quais jargões da área etc. 
O amor romântico? Não existe. Pagar por sexo é melhor. Realizado e emocionalmente impassível, Chester Brown, um dos monstros sagrados da HQ moderna, se revela em um relato cheio de detalhes, provocativo e irreverente da sua experiência com prostitutas. Feliz em pagar por sua felicidade. (Editora WMF)

✔ Toque de Veludo, de Sarah Waters

Em uma pequena cidade litorânea da Inglaterra, Nancy Astley se distrai do fatigante trabalho no restaurante da família assistindo aos espetáculos do Canterbury Place todos os sábados com a irmã, Alice. Mas a frivolidade alegre com que acompanha as músicas e aplaude os números termina quando, travestida de homem, Kitty Butler sobe ao palco pela primeira vez. Depois disso, impelida por uma estranha fascinação, Nancy passa a ir ao teatro todas as noites.
Logo é notada pela atriz e se torna sua camareira, iniciando com ela uma delicada relação na qual desejo e cautela se mesclam na rotina de apressadas trocas de roupa e velada intimidade. Assim, quando Kitty é convidada para se apresentar em outro teatro, Nancy não hesita em abandonar sua casa e tomar um trem para longe de tudo o que lhe é familiar. O que a espera do outro lado dos trilhos é o frenético mundo teatral da Londres vitoriana, e uma vida que jamais teria imaginado para si mesma.
Morando juntas em uma casa cheia de artistas, elas se tornam amantes, e logo Nancy troca os bastidores pela ribalta. Rebatizada como Nan King, ela não poderia desejar mais: o sucesso, o assédio e o amor parecem inalteráveis. Mas seu mundo desmorona quando Kitty decide se casar com um homem, lançando-a em uma existência solitária e libertina, na qual ela testará os limites do erotismo e lutará para reencontrar o amor.
Ambientado na Londres do final do século XIX, Toque de veludo expõe corajosa e febrilmente as subversões políticas, sociais e sexuais de mulheres que ousaram seguir os próprios desejos. (Editora Record)
✔ O Enterro da Cafetina, de Marcos Rey
O mundo dos personagens de Marcos Rey começa quando o sol se põe e a noite cai sobre a cidade de São Paulo. Então, boêmios, garotas de programa, gigolôs, guerrilheiros urbanos (o livro foi escrito nos dias da ditadura militar), dançarinas de cabarés, taxi girls, alcoólatras começam a sair das tocas, como ratos famintos, em busca de aventuras, de divertimento, de um trouxa, de um trocado, de uma garrafa de álcool, ou do simples e exato exercício de suas profissões. 
Como diz o autor, “são homens e mulheres que param nos bares, restaurantes, inferninhos, cabarés, boates e em certas casas onde tudo se tolera”, por vocação ou erro de educação, dor de cotovelo ou outra dor qualquer, vagabundagem. A noite paulistana, seus mistérios e misérias, faz a unidade de O Enterro da Cafetina, atando os sete contos entre si e formando um grande painel.
O que contam essas histórias? Coisas terríveis que acontecem na noite, como diz a Bíblia, mas também casos surpreendentes, quase patéticos, insuspeitas generosidades. Noitadas de amigos, regadas a muito álcool, que terminam de forma trágica; o gigolô bem-sucedido, homem de muitas mulheres, apaixonado por uma moça de família, a quem auxilia financeiramente; a morte e o enterro retumbante da velha cafetina; jogos de sedução em que cada um procura lograr o outro; a ação de guerrilheiros mais ou menos trapalhões; um caso de ciúmes neurótico; o redator alcoólatra lutando pela sobrevivência. 
Com um texto fluente, enxuto e domínio absoluto do conto, Marcos Rey acompanha com naturalidade e sarcasmo, por vezes zombeteiro, as pequenas odisseias de suas criaturas, trituradas pela cidade grande, incapazes de encontrar um sentido para a vida e se lixando para isso, interessadas apenas em viver o imediato. Como autênticas criaturas da noite. (Editora Global)
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