7 Livros para ler se você gosta de ‘House of Cards’

POSTADO POR: admin qua, 24 de junho de 2015

O sucesso da séria política da Netflix é tão eminente que até o presidente Obama já se declarou um grande fã de House of Cards, a ponto de tuitar suas opiniões sobre o programa na rede social. A história de Frank e Claire, e suas jogadas maquiavélicas na escalada até o topo do poder, tem sido aclamada pela crítica e já foi renovada para mais uma temporada. E se isso prova alguma coisa, é que somos fascinados por pessoas que querem o poder a qualquer custo. Se aprovamos ou não os métodos e esquemas dos Underwoods, já é uma outra discussão. Mas o fato é que todos nós queremos ver o que mais eles são capazes de fazer para alcançar seus objetivos sórdidos.

Inspirado por esta atmosfera política, eu compilei algumas sugestões de livros para ler enquanto aguardamos a próxima temporada da série. São obras que apresentam governantes cruéis, maquinações políticas, jornalistas intrépidos, e outros elementos que compõe o ímpeto central de House of Cards.
✔ House of Cards, de Michael Dobbs
O romance House of Cards, que inspirou a série norte-americana de mesmo nome, é uma verdadeira teia de intrigas pessoais e políticas. A vida privada se confunde com a pública na voz de personagens tão assustadores quanto reais. 
Francis Urquhart é o líder da bancada governista do Parlamento britânico – posição que exerce com maestria e inteligência. Ele possui informações e muitas vezes evidências que podem incriminar seus colegas políticos, principalmente membros do seu próprio partido. Sob a ameaça de torná-las públicas, os manipula e influencia para atingir seu objetivo maior: ocupar o cargo de primeiro-ministro. No entanto, Mattie Storin, uma jovem e idealista jornalista, vai cruzar seu caminho e se mostrará disposta a enfrentá-lo para desvendar e revelar a rede de corrupção que ele constrói. 
Mas o que acontecerá depois que ela descobrir que foi usada por Francis para publicar matérias comprometedoras que serviam para seu plano político? (Editora Saraiva)
✔ O Talentoso Ripley, de Patricia Highsmith
Tom Ripley sobrevive de trambiques em Nova York – EUA. Ele é especialista em forjar documentos, além de ter um talento extraordinário para imitar personalidades e características pessoais. Vive tentando escapar das investidas da polícia, enquanto sonha com uma vida fácil. Certo dia, o milionário senhor Greenleaf o procura, supondo que Ripley seja um grande amigo de seu filho Dickie. 
Greenleaf lhe oferece uma viagem à Europa para tentar trazer Dickie de volta aos EUA – o rapaz leva uma vida mansa no litoral italiano, longe da família. Ripley aceita a missão e começa a fazer planos de como aproveitar a viagem e se dar bem na Europa. 
Na Itália, encontra Dickie e a vizinha Marge, com quem vai estabelecer um triângulo de amizade. Dickie alimenta a ambição de se tornar pintor e Marge, apaixonada por ele, está às voltas com a escrita de seu primeiro romance. 
Aos poucos, Ripley desenvolve uma relação doentia e sedutora com o novo amigo: adota os mesmos gostos e começa a usar as roupas de Dickie, que passa então a rejeitá-lo. Acuado, Ripley reage de forma imprevisível. (Companhia das Letras)
✔ Todos os Homens do Presidente, de Carl Bernstein e Bob Woodward
Este livro reconstitui a investigação feita pelos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein do caso Watergate, escândalo político que levou o presidente Richard Nixon à renúncia há exatos quarenta anos. Em linguagem eletrizante e cinematográfica, os dois repórteres contam como ajudaram a revelar uma poderosa rede de espionagem e sabotagem montada dentro da Casa Branca contra políticos do Partido Democrata.
Todos os Homens do Presidente obteve enorme sucesso de público e crítica quando foi lançado, em 1974, pouco antes de Nixon renunciar. Dois anos depois ganhou adaptação para o cinema, estrelada por Robert Redford e Dustin Hoffman. Hoje, é considerado um clássico do jornalismo e um marco histórico da liberdade de imprensa. (Editora Publifolha)

✔ O Outono do Patriarca, de Gabriel García Márquez 

García Márquez já se referiu a “O Outono do Patriarca” como um poema sobre a solidão do poder. Primeiro romance depois de “Cem Anos de Solidão” (1967), esta obra, publicada em 1975, representa uma alegoria do autoritarismo na América Latina. Através dos delírios de um ditador quimérico, lendário, arqueológico, o autor erigiu outra de suas catedrais literárias. Há mais de um século no comando, o patriarca de García Márquez faz o tempo avançar e retroceder em monólogos que comportam diálogos, construídos com imagens que evocam a loucura e o lirismo, descentrando a história, a geografia, a linguagem. 
Assim “O Outono do Patriarca” traz a saga de um ditador com idade indefinida entre 107 e 232 anos, vagando num universo onde tudo conduz à lembrança do tempo acumulado. No palácio presidencial, onde pastam vacas, o patriarca é um solitário entre concubinas, perseguido por um apetite sexual senil, ouvindo harpas ao vento e a subida das marés, atrasando relógios e maquinando em um cenário em que galinhas errantes bicam móveis e cadáveres, a solidão precipita o terror e desfralda a superstição em um imenso bazar da mitologia sobre o poder no continente. As formigas mortais do último capítulo de “Cem Anos de Solidão” compõem uma epígrafe deste outono anunciado. São obras-primas, que se completam, se seguem, constituindo as fabulações insuperáveis. “O Outono do Patriarca” é um dos melhores momentos do gênio criativo do mestre do realismo mágico. (Editora Record)

✔ Todos os Homens do Rei, de Robert Penn Warren

Ambientado na década de 1930, o romance traça a ascensão e queda do demagogo Willie Stark, personagem fictício nitidamente inspirado no lendário governador da Louisiana, Huey Long. 
Advogado de origem humilde, Willie inicia a carreira política pautado pela demanda das classes inferiores, verdadeiro idealista, tornando-se um orador aclamado pelas multidões. Em sua trajetória ascendente, entretanto, lança mão de alianças escusas, mantendo-se no poder por meio da corrupção e da chantagem. Publicado há sessenta anos, ‘Todos os homens do rei’ é considerado até hoje o romance político definitivo na literatura norte-americana, inspirando duas versões cinematográficas.(Editora Record)

✔ Wolf Hall – Um Romance na Era Tudor, de Hilary Mantel

A Inglaterra da década de 1520 está a um passo do desastre. Se o rei morrer sem um herdeiro, o país poderá ser consumido em guerra civil. Henrique VIII deseja anular seu casamento de vinte anos e desposar Ana Bolena. O papa e a maior parte da Europa se opõem a ele. A saga em busca da liberdade do rei destrói seu conselheiro, o brilhante Cardeal Wolsey, e deixa um vácuo de poder e um beco sem saída. 
É neste impasse que entra Thomas Cromwell. Filho de um brutal ferreiro, um gênio político, subornador, rufião e sedutor, Cromwell rompeu todas as regras de uma sociedade rígida em sua ascensão ao poder, e se prepara para quebrar outras mais. Elevando-se do desastre pessoal — a perda de sua jovem família e de Wolsey, seu venerado empregador —, ele abre caminho habilidosamente através de uma corte em que “o homem é o lobo do homem”. Confrontando o parlamento, as instituições políticas e o papado, ele está pronto para remodelar a Inglaterra segundo seus próprios desejos, e os de Henrique VIII. 
Em seu estilo inimitável, Hilary Mantel apresenta a imagem de uma sociedade em formação e no vértice da mudança, na qual indivíduos confrontam ou aceitam seus destinos com paixão e coragem. Com uma vasta gama de personagens, transbordando de acontecimentos, Wolf Hall recria uma era em que a esfera pessoal e a política se separam por um fio, onde o sucesso acarreta poder ilimitado, mas um único erro pode significar a morte.  (Editora Record)

✔ A Esposa Americana, de Curtis Sittenfeld

Apesar de não ser uma biografia oficial, fica claro ao leitor de A ESPOSA AMERICANA, que a vida de Laura Bush inspirou a heroína do novo livro de Curtis Sittenfeld: Alice Blackwell. Do trabalho como bibliotecária numa pequena cidade do Texas até o momento em que encontra o marido, uma estrela política em ascensão, a vida familiar no endereço mais famoso dos EUA — a Casa Branca — ganha a visão incisiva de uma das mais promissoras escritoras contemporâneas americanas. 
É interessante ver, em A ESPOSA AMERICANA, como Sittenfeld dá voz e personalidade a uma mulher que muitos se acostumaram a ver regularmente nos noticiários ou eventos oficiais. Mas poucos tiveram a oportunidade de conhecer, ou de ter contato com suas idéias e inspirações — muito diferente da postura mais agressiva midiaticamente da atual primeira dama, Michelle Obama. Laura sempre teve visões diferentes de George Bush, mas não era algo explorado. Até agora.
Sittenfeld consegue contar a versão de Laura Bush da corrida presidencial. Assim como seus dias sob o escrutínio do mundo na Casa Branca. Acompanhamos sua trajetória através de Alice Blackwell. Criança bem-educada e estudiosa nascida nos anos 1940, Alice aprendeu as virtudes da polidez com os pais frios e a vizinhança de sua pequena cidade natal em Wisconsin. Quando conheceu o tempestuoso e carismático Charlie Blackwell, nem lhe lançou um segundo olhar: ele era o filho rico de uma família poderosa filiada ao Partido Republicano; ela, uma bibliotecária democrata. Alice se achava indiferente ao charme dele. E então, para sua completa surpresa, se apaixonou.
Enquanto aprendeu a fazer seu caminho entre a energia hostil e convencida da família Blackwell, navegando por rituais estranhos do country clube e da casa de verão, ela continuou ansiosa com a recém descoberta sorte. E, quando Charlie se torna presidente, Alice é jogada em uma posição que nunca buscou — uma posição de poder e influência, privilégio e responsabilidade. Durante o tumultuoso e controverso segundo mandato de Charlie, Alice é obrigada a enfrentar anos de contradição no seu relacionamento: como ela pode amar o marido e discordar tão completamente dele? (Editora Record)

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