7 Grandes ‘Gênios do Mal’ da literatura

POSTADO POR: Maldito sáb, 25 de junho de 2016

Todo mundo gosta dos protagonistas. Os heróis nos inspiram a enfrentar os nossos medos e a expor o que temos de melhor para triunfar sob o mal. O que nos leva a outro ponto: Um bom enredo não sobrevive sem um vilão a ser combatido. Não tem como contornar esse fato. Além disso, muitas vezes os antagonistas fornecem a parte mais divertida da história. Eles são responsáveis por nos levar a um outro estado de consciência, agindo como uma saída para a personificação dos nossos demônios interiores e outros pecados mortais. A grande questão em relação aos vilões, é que eles não são apenas assustadores, mas também geniais.

No fundo são esses Gênios do Mal que mantêm a nossa atenção voltada para as páginas de um livro, permitindo que os heróis provem a sua coragem perante uma grande ameaça. Por isso, separamos aqui os inimigos mais maquiavélicos da literatura na nossa opinião. Use o nosso espaço de comentários para dizer quais são os seus!
Professor Moriarty
Embora Moriarty apareça mesmo em apenas dois contos de Sherlock Holmes, ele é mencionado em inúmeras adaptações como o cabeça central de todo império criminoso que testa as habilidades do detetive. Além do seu intelecto astuto sinistro, ele se destaca pelo seu distinto respeito por seu adversário. Moriaty valoriza a inteligência de Holmes de tal forma, que cria uma rivalidade emocionante para os leitores.
✔ O Dia em que Sherlock Holmes Morreu (Arthur Conan Doyle)
Sherlock Holmes entrou para a história da literatura como um detetive excepcionalmente brilhante e excêntrico. Com um método próprio, baseado em sua imensa capacidade de absorver e armazenar informações,resolveu inúmeros casos aparentemente insolúveis. 
Os 17 contos desta edição de luxo ilustrada contemplam todas as fases da carreira de Holmes – da descoberta de seus dons, nos tempos de faculdade, até a aposentadoria. O leitor encontrará aqui a ironia, o tédio, a desilusão, a cocaína, o senso de humor, os disfarces, o elementar Watson, Mycroft, Irene Adler e, naturalmente, o professor Moriarty, o maior entre todos os inimigos, contra o qual Holmes trava a luta decisiva que inspirou o título deste volume.
A trajetória de Sherlock Holmes e do dr. Watson começou no ano de 1887, quando Arthur Conan Doyle publicou Um estudo em vermelho, e prosseguiu com uma série de contos inicialmente publicada na revista The Strand com grande sucesso. As primeiras 12 histórias compõem a coletânea As aventuras de Sherlock Holmes, lançada em 1892.
Em 1893, para consternação geral, Conan Doyle matou o detetive nas cataratas de Reichenbach, na cidade suíça de Meiringen. O embate final entre Holmes e seu rival, o professor Moriarty, foi narrado no conto O problema final, que aparece na antologia Memórias de Sherlock Holmes, publicada em 1894. De acordo com os jornais londrinos da época, uma multidão cabisbaixa tomou as ruas da cidade usando braçadeiras pretas no dia em que Sherlock Holmes morreu. (Editora Tordesilhas)
Dr. Griffin
Ninguém pode argumentar que o Dr. Griffin é um cientista brilhante. Afinal de contas, se deve uma certa quantidade de respeito quando uma pessoa usa seu intelecto ofuscante para alterar as propriedades de refração de objetos e torná-los invisíveis. Mas é exatamente o ego inflado do Dr. Griffin que inicia sua descida rumo a loucura. Quando sua maior experiência dá errado, Griffin acrescenta roubo, fraude e assassinato ao caldeirão da sua arrogância. Pelo menos ele não precisa olhar para si mesmo no espelho.
✔ O Homem Invisível (H.G. Wells)
Em uma noite gelada de fevereiro, surge numa cidade isolada na Inglaterra um desconhecido à procura de abrigo. 
Com o rosto coberto de bandagens, enluvado e de óculos escuros, esse homem misterioso, de pouca conversa, parece estar se recuperando de um acidente que o desfigurou. Pede à dona da estalagem um quarto reservado, onde possa passar os dias sem ser incomodado.
Mas a verdade está muito além da compreensão dos habitantes do vilarejo. Esse homem ríspido, que desde o início se indispõe com os demais, criou um método para se tornar invisível e caiu em sua própria armadilha: sem um antídoto, não pode voltar ao estado original. (Editora Alfaguara)
O’Brien
Carismático, cínico, inteligênte, simpático e capaz de desligar a Teletela, a voz do relativismo no Partido Interno do Século 20 distópico criado por George Orwell. Ou como ele mesmo diria: Não se estabelece uma ditadura para defender uma revolução, defendemos uma revolução para defendermos uma ditadura.”
✔ 1984 (George Orwell)
Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O´Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que “só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro”. 
Quando foi publicada em 1949, poucos meses antes da morte do autor, essa assustadora distopia datada de forma arbitrária num futuro perigosamente próximo logo experimentaria um imenso sucesso de público. Seus principais ingredientes – um homem sozinho desafiando uma tremenda ditadura; sexo furtivo e libertador; horrores letais – atraíram leitores de todas as idades, à esquerda e à direita do espectro político, com maior ou menor grau de instrução. À parte isso, a escrita translúcida de George Orwell, os personagens fortes, traçados a carvão por um vigoroso desenhista de personalidades, a trama seca e crua e o tom de sátira sombria garantiram a entrada precoce de 1984 no restrito panteão dos grandes clássicos modernos.
Algumas das ideias centrais do livro dão muito o que pensar até hoje, como a contraditória Novafala imposta pelo Partido para renomear as coisas, as instituições e o próprio mundo, manipulando ao infinito a realidade. Afinal, quem não conhece hoje em dia “ministérios da defesa” dedicados a promover ataques bélicos a outros países, da mesma forma que, no livro de Orwell, o “Ministério do Amor” é o local onde Winston será submetido às mais bárbaras torturas nas mãos de seu suposto amigo O´Brien. (Editora Companhia das Letras)
Milo Minderbinder
Um mercenário canalha que se preocupa apenas consigo mesmo, e seu próprio lucro, Milo Minderbinder é um tremendo vilão. Ele não mede consequências na hora de ganhar dinheiro, seja jogando no mercado negro, ou trabalhando para ambos os lados durante a Segunda Guerra Mundial,… Mesmo quando se trata de ações que vão matar os seus próprios compatriotas. Totalmente imoal, e totalmente comprometido com o capitalismo, Minderbender responde apenas a si mesmo e ao seu deus: o dinheiro.

✔ Ardil-22 (Joseph Heller)
O autor entrou para a Força Aérea Americana em 1942, aos 19 anos. Durante seu serviço, ele participou de mais de 50 bombardeios na Europa antes do Fim da Segunda Guerra. Após encerras suas atividades militares, ele tornou-se um roedor de unhas crônico que costumava a gritar durante o sono, e levou mais oito anos até conseguir lidar com suas experiências através da escrita. Depois de um longo período trabalhando como copywriter em um escritório tedioso, uma ideia surgiu em sua cabeça. Na mesma hora ele começou a escrever as primeiras vinte páginas do que, inicialmente, seria apenas um conto curto, mas virou um livro que Heller levou mais oito anos para concluir.
Este primeiro romance do autor foi aclamado pela crítica inglesa ao enfatizar, de modo irônico, o absurdo da guerra e as atrocidades cometidas nos campos de batalha. O livro inspirou o filme de guerra homônimo dirigido por Mike Nichols, uma peça de teatro apresentada no John Drew Theater de Nova York, a comédia M.A.S.H. de Robert Altman sobre a Guerra da Coreia e, mais recentemente, o 66º episódio da série televisiva Lost, intitulado Catch-22. Um clássico mais que atual nos dias belicosos de hoje. (Editora Bestbolso)

Hannibal Lecter

Se o termo “gênio do mal” fosse uma palavra no dicionário, há uma boa chance de que a definição incluísse uma foto de Hannibal Lecter. Conhecemos o personagem basicamente pelo seu gosto macabro por consumir carne humana, nas esta tendência pode ser entendida meramente como uma manifestação do desejo de Hannibal para dissecar, possuir e consumir suas vítimas psicologicamente. Não tenho dúvida de que se o Dr. Lecter usasse a sua astúcia para o bem, ele provavelmente seria um psicoterapeuta excelente.

Dragão Vermelho (Thomas Harris)

Quando trabalhava como agente do FBI, Will Graham conseguiu reunir provas suficientes para condenar o canibal Hannibal Lecter. Depois do episódio, decidiu mudar-se para a Flórida (EUA) com sua família, mas seus dias de tranquilidade são interrompidos quando um antigo chefe lhe pede para investigar uma série de assassinatos misteriosos. 
Graham começa a seguir as pistas do cruel criminoso conhecido como Fada do Dente. Logo percebe que para capturá-lo será preciso compreender sua mente doentia. Para isso, entretanto, Graham terá de enfrentar seus fantasmas e pedir ajuda ao Dr. Lecter, o que pode ter consequências desastrosas.
Dragão Vermelho é a história de um agente do FBI, especializado em serial killers. Ele entra em colapso após a caçada a um psicopata extremamente perigoso. Mas seus serviços são novamente requisitados quando um serial killer começa a matar famílias inteiras, quebrando espelhos da casa e colocando os cacos diretamente nos olhos das vitimas. E para resolver esse caso, ele conta, a contra gosto, com a ajuda de um de seus maiores inimigos, o psiquiatra sociopata, o doutor Hannibal Lecter. (Editora Bestbolso)

Kevin

O fato de Kevin ser um sociopata por trás de um massacre na sua escola já é evidência suficiente para a sua vilania. Ele também odeia sua mãe, manipula os mais novos, e está implícito de que está por trás de um acidente em que sua irmã perdeu um olho. Tudo isso com uma postura inabalável. Quando a sua mãe o visita na prisão, tentando entender o porque dele ter matado todas aquelas crianças, sua falta de justificativa é arrepiante.

✔ Precisamos Falar Sobre Kevin (Lionel Shriver)
Para falar de Kevin Khatchadourian, 16 anos – o autor de uma chacina que liquidou sete colegas, uma professora e um servente no ginásio de um bom colégio dos subúrbios de Nova York -, Lionel Shriver não apresenta apenas mais uma história de crime, castigo e pesadelos americanos: arquiteta um romance epistolar em que Eva, a mãe do assassino, escreve cartas ao marido ausente. Nelas, ao procurar porquês, constrói uma reflexão sobre a maldade e discute um tabu: a ambivalência de certas mulheres diante da maternidade e sua influência e responsabilidade na criação de um pequeno monstro. 
Precisamos Falar Sobre Kevin discute casamento e carreira; maternidade e família; sinceridade e alienação. Denuncia o que há de errado com culturas e sociedades contemporâneas que produzem assassinos mirins em série e pitboys. Um thriller psicanalítico no qual não se indaga quem matou, mas o que morreu. Enquanto tenta encontrar respostas para o tradicional “onde foi que eu errei?” a narradora desnuda, assombrada, uma outra interdição atávica: é possível odiarmos nossos filhos? 
Um livro obrigatório por inúmeras razões; uma bofetada a cada página. Nunca gostei de apanhar, mas esse livro me nocauteou e ainda terminei dizendo quero mais. (Editora Intrinseca)
Randall Flagg
Muito antes do Governador aterrorizar no seriado The Walking Dead, Stephen King já tinha o seu próprio mundo pós-apocalíptico com a sua versão de déspota sanguinário. Randall Flagg é o tirano de plantão em A Dança da Morte. E sua forma de governo faria muito ditador contemporâneo arrepiar. Crucificações, desmembramentos e torturas variadas são seus instrumentos favorites para estabelecer lei e ordem na terra de ninguém. De fazer qualquer sobrevivente duvidar da própria sorte.

✔ A Dança da Morte (Stephen King)
Poucos livros merecem ser chamados de fenômeno editorial, mas A Dança da Morte sem dúvida é um deles. Aclamado pela crítica e pelo público, o romance é considerado uma das melhores obras de Stephen King. Após um erro de computador no Departamento de Defesa, um milhão de contatos casuais formam uma cadeia de morte: é assim que o mundo acaba. O que surge é um lugar árido, privado de suas instituições e esvaziado de 99% de sua população. Um lugar onde sobreviventes em pânico escolhem seus lados ou são escolhidos por eles. 
Onde os bons se apoiam nos ombros frágeis de Mãe Abigail, com seus 108 anos de idade, e os piores pesadelos do mal estão incorporados em um indivíduo de poderes indizíveis: Randall Flagg, o homem escuro.
Valendo-se da imaginação sem limites que caracteriza sua obra, King criou uma história épica sobre o fim da civilização e a eterna batalha entre o bem e o mal. Com complexidade moral, ritmo eletrizante e incrível variedade de personagens, A Dança da Morte merece um lugar entre os clássicos da literatura popular contemporânea. (Editora Suma de Letras)

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