5 Livros que são releituras modernas de clássicos da literatura

POSTADO POR: admin sáb, 06 de fevereiro de 2016

Algumas histórias tornam-se tão marcantes e onipresentes em nossas vidas, que não conseguimos simplesmente apagá-las de nossas mentes. Como o claro exemplo de certas obras da literatura que são inegavelmente consideradas clássicos.

E conforme as eras se renovam, muitos autores apaixonados, e profundamente inspirados por essas histórias, reinventam seus clássicos favoritos com uma nova configuração, usando conhecidos enredos e personagens icônicos como pontos de apoio para explorar diferentes variações de um mesmo tema.
Para celebrar a prática, selecionamos aqui algumas releituras contemporâneas de clássicos da literatura:

✔ As Sombras de Longbourn, de Jo Baker
O romance de Jo Baker é uma tomada completamente diferente de ‘Orgulho e Preconceito’. Mencionados apenas como coadjuvantes de luxo no clássico de Jane Austen, os servos e criados deste clássico são o centro das atenções nesta releitura irresistível desse amado romance. 
Admiradora de Jane Austen, a romancista Jo Baker perguntava-se quem seriam aquelas presenças pontuais e quase inumanas que serviam à mesa ou entregavam um recado para os personagens de ‘Orgulho e Preconceito’, um dos romances mais recontados em versões literárias desde a sua publicação, há duzentos anos. Por trás de cada descrição da toalete das irmãs Bennet havia certamente o trabalho de uma criada, e cada refeição servida implicava uma cozinheira, um mordomo para servi-la. Qual seria a história não contada desses personagens? 
As Sombras de Longbourn é o romance dessas figuras invisíveis. Sob o comando da governanta e cozinheira sra. Hill, trabalham Sarah e Polly, duas jovens trazidas de um orfanato quando ainda eram crianças para trabalhar na casa. O mordomo idoso, sr. Hill, serve à mesa e divide a administração da casa com a sra. Hill. Os quatro formam um pequeno exército de empregados que labuta dezoito horas por dia para que a família Bennet goze do máximo conforto possível. 
Por sua impressionante pesquisa sobre a vida cotidiana no início do século XIX, e também por impor um estilo próprio a sua narrativa, Jo Baker recebeu elogios de críticos e publicações como The New York Times, que considerou ‘As Sombras de Longbourn’ excepcional: não uma sequência, mas um olhar comovente sobre o mundo de Orgulho e preconceito, só que do ponto de vista da área de serviço (Companhia das Letras).
 A História De Edgar Sawtelle, de David Wroblewski
Nessa versão extraordinária de ‘Hamlet’, o autor recria a estrutura dessa conhecida tragédia em um molde familiar atual, remoendo os mesmos conflitos do protagonista e trazendo antigas discussões a novos pontos de vista.
Mudo desde o nascimento, Edgar Sawtelle se comunica apenas por sinais e bilhetes. Leva com os pais uma vida tranquila, na fazenda da família. Ao longo de gerações, os Sawtelles criaram e treinaram uma raça de cães cujo dedicado companheirismo tem sua síntese em Almondine, a amiga e eterna aliada de Edgar. A volta inesperada de Claude, o tio paterno, leva o caos ao então pacífico lar dos Sawtelles. Após a morte repentina do pai de Edgar, Claude se insinua na vida da fazenda e conquista o afeto da mãe do menino. Confuso e dominado pelo sofrimento, o rapaz tenta provar que Claude teve algum papel na morte de seu pai, mas o plano fracassa e se volta contra ele, resultando em novas tragédias. Ao fugir para a área florestal nos limites da fazenda, Edgar amadurece em contato com a vida selvagem, por ter de lutar pela própria sobrevivência e a dos três jovens cães que o acompanharam. Contudo, a necessidade de apontar e de enfrentar o assassino do pai e a devoção aos cachorros sawtelle fazem o menino voltar para casa.
David Wroblewski é um mestre da narrativa, um contador de histórias que arquiteta cenas e desenlaces arrebatadores: as fazendas primitivas do Norte dos Estados Unidos, o embate do homem com as forças da natureza, a mudança das estações, um icônico celeiro americano, uma aparição sobrenatural na chuva são alguns dos elementos dessa fascinante saga familiar, que trata de ódios, rancores e paixões (Editora Intrínseca).
 A Filha do Louco, de Megan Shepherd
Se você gosta do Dr. Moreau do clássico ‘A Ilha do Dr. Moreau’, de H. G. Wells, então você vai adorar a filha do personagem. Uma jovem feroz, heróica, e determinada a interromper as experiências desumanas em animais do seu pai.
Juliet Moreau construiu sua vida em Londres trabalhando como arrumadeira — e tentando se esquecer do escândalo que arruinou sua reputação e a de sua mãe, afinal ninguém conseguira provar que seu pai, o Dr. Moreau, fora realmente o autor daquelas sinistras experiências envolvendo seres humanos e animais. 
De qualquer forma, seu pai e sua mãe estavam mortos agora, portanto, os boatos e as intrigas da sociedade londrina não poderiam mais afetá-la… Mas, então, ela descobre que o Dr. Moreau continua vivo, exilado em uma remota ilha tropical e, provavelmente, fazendo suas trágicas experiências.
Acompanhada por Montgomery, o belo e jovem assistente do cirurgião, e Edward, um enigmático náufrago, Juliet viaja até a ilha para descobrir até onde são verdadeiras as acusações que apontam para sua família (Editora Novo Conceito).

 Incrível: Nos Melhores Lugares Estão os Piores Segredos, de Sara Benincasa

‘O Grande Gatsby’ já foi uma grande obra jovem-adulto de sua própria época, e esta releitura leva o pomposo mundo da elite para um novo nível com uma jovem que dá um belo retoque ao drama dos romances escandalosos.
Naomi Rye simplesmente odeia quando chega o verão e ela é obrigada a ficar com sua mãe socialite em East Hampton. Afinal, ela definitivamente não pertence àquele mundo de glamour e adolescentes mimados. No entanto, tudo pode ser diferente neste verão, pois a casa vizinha foi alugada pela linda e misteriosa Jacinta Trimalchio, que sabe como impressionar com suas festas suntuosas e selvagens e, claro, seu badalado blog.
Jacinta tem as próprias razões para se aproximar de Naomi: Delilah Fairweather. O envolvimento dessas garotas poderá culminar em grandes tragédias, e o mundo de riqueza e esbanjação cuidadosamente construído por aqueles jovens ricos poderá cair em pedaços. Naomi agora precisa decidir se está disposta a ser puxada por essa vida que por tantos anos rejeitou, ou se enfim cederá aos encantos da misteriosa e fascinante vizinha (Editora Única).
 Cinder, de Marissa Meyer
O clássico ‘Cinderela’ ganha uma roupagem tecnológica nessa releitura com a cidadã de segunda classe e ciborgue Cinder, que inesperadamente se vê segurando o destino do planeta em suas mãos.
Cinder tem dezesseis anos e é considerada uma abominação tecnológica pela maior parte da sociedade e um fardo por sua madrasta. Por outro lado, ser ciborgue tem suas vantagens: a interface de seu cérebro lhe deu a capacidade sobre-humana de consertar tudo — robôs, aerodeslizadores, os próprios membros cibernéticos quebrados—, tornando-a a melhor mecânica de Nova Pequim. Sua reputação faz com que o herdeiro do império, o príncipe Kai em pessoa, apareça em seu estande na feira, solicitando o conserto de um androide antes do baile anual.
Embora esteja ansiosa para agradar o príncipe, Cinder é impedida de trabalhar no androide quando Peony, sua meia-irmã e única amiga, é infectada por uma peste fatal que tem assolado a Terra por anos. Culpando-a pelo destino da filha, a madrasta de Cinder a entrega como voluntária para as pesquisas da doença, uma “honra” a qual ninguém sobreviveu até então. Logo, porém, os pesquisadores descobrem algo de incomum na cobaia recém-adquirida. Algo pelo qual há quem esteja disposto a matar (Editora Rocco).

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