5 Livros para ler após assistir o filme ‘CREED’

POSTADO POR: admin seg, 28 de março de 2016

Toda vez que qualquer elemento ligado a franquia ‘Rocky’ é citado como referência em uma conversa casual, por impulso, eu sempre preciso citar que toda a sequência de filmes do pugilista são os meus favoritos de todos os tempos. E, logo em seguida, preciso acrescentar que são os únicos filmes capazes de me fazer chorar em frente a uma televisão. Menos o quinto, claro!

Mas justo quando eu começava a ser obrigado a lidar com uma nova geração que infelizmente ignora a trajetória vitoriosa de Rocky Balboa, o cinema nos presenteia com uma nova versão, meio reboot e meio continuação, não apenas de uma grande obra cinematográfica, como também de valores pessoais que clamavam por um resgate nesse início de século.
E tanto para aqueles que estão entrando agora neste ringue com ‘CREED’, quanto para aqueles que já lutaram vários rounds ao lado do ‘Rocky’, listamos aqui alguns livros que, de diferentes formas, abordam o espírito lutador que consagra essa história inspiradora.
✔ Bom de Briga: A Volta de Cameron Wolfe de o Azarão (Markus Zusak)
Na continuação do sucesso O azarão, Markus Zusak apresenta o emocionante Bom de briga. Se no primeiro título o autor traz um romance de formação de um jovem incorrigível, infeliz consigo mesmo e com sua vida, agora ele exibe dois irmãos em busca de um propósito na vida. 
Bom de briga retrata a evolução dos irmãos Cameron e Ruben Wolfe como seres humanos. No primeiro livro, a dupla estava sempre atrás de algo errado para fazer. Dessa vez eles entram no mundo das lutas amadoras de boxe, buscando independência para suas vidas. Enquanto Ruben mostra um talento nato para a coisa, o outro tenta apenas sobreviver. 
Tudo que é ruim é normal no dia a dia da família Wolfe: como os silêncios, as brigas, a pobreza, a mediocridade. Eles já se acostumaram com isso e sempre têm uma justificativa para tanto. Cameron, o mais novo, é o exemplo do jovem batalhador. Desde cedo apanha e se levanta, mostrando que o que importa não é a força da pancada, mas se você tem a força necessária para se reerguer. (Editora Bertrand)
✔ O Clube de Boxe de Berlim (Robert Sharenow)
Sem ter recebido qualquer tipo de doutrinamento religioso em casa o adolescente berlinense Karl Stern, de 14 anos, nunca havia definido a si mesmo como judeu até começar a ser perseguido por um cruel grupo de colegas de escola influenciados pela ideologia nazista. 
Parecia predestinado a ser mais uma vítima da covardia e da impiedade, mas por sorte seu pai conhecia o lutador de boxe Max Schmeling. 
Orientado pelo campeão, Karl aprende a defender a si mesmo e à sua família, e também a reinventar a própria vida graças ao talento como desenhista. (Editora Rocco)
✔ A Luta (Norman Mailer)
Zaire, 1974. Muhammad Ali, que perdera o título mundial dos pesos pesados por se recusar a lutar no Vietinã, desafia o campeão George Foreman. É a autonomia negra versus o establishment branco.
Um dos relatos mais notáveis já escritos sobre eventos esportivos, A luta é também um retrato magistral das tensões políticas e ideológicas dos anos 70. Mas é pela força da palavra que este livro faz o coração acelerar: posto na pele do boxeador, o leitor pensa e sente como ele. Sente, por exemplo, que antes de entrar no ringue precisa vencer o inimigo interno: seu próprio medo. Norman Mailer, Prêmio Pulitzer em 69 e 80, consegue a proeza de nos fazer acompanhar a maior luta de boxe do século como se nenhum de nós conhecesse o resultado.
A luta deu origem ao filme Quando éramos reis, que traz depoimentos de Norman Mailer e Spike Lee, entre outros, e que em 1996 ganhou o Oscar de melhor documentário.
Norman Mailer, autor de uma extensa obra que o celebrizou como uma inteligência contestadora e libertária, fundou em 1955 a revista Village Voice. De 52 a 63 foi editor de Dissent. Em 69 foi preso por participar de manifestações contra a Guerra do Vietnã. (Companhia das Letras)
✔ Nocaute: Cinco Histórias de Boxe (Jack London)
Há quem pense que a literatura e o boxe jamais poderiam andar juntos, que ao primor e requinte da primeira se oporiam a fúria e a brutalidade do segundo. Ainda assim, de todos os esportes, o boxe parece ser o que mais tem marcado presença na literatura, principalmente na norte-americana. Autores como Ernest Hemingway, Vladimir Nabokov e Norman Mailer, além do próprio London, já subiram ao ringue algumas vezes – e não raro usavam seus punhos fora dele, como sabemos por várias histórias. 
A verdade é que o boxe, assim como qualquer luta com público pagante, fascina sua audiência ao expor a dimensão mais primordial de nossa existência: a do combate direto em que o melhor se sobrepõe. E talvez por isso mesmo o boxe ofereça tantas metáforas para o drama humano. Ao explorar a inteligência, a estratégia e o jogo de poder entre as quatro cordas, o que se encontra é uma narrativa heróica cujo protagonista sofre diversos golpes, supera alguns, é abatido por outros, e ao fim se vê transformado por suas próprias experiências. Um prato cheio para um escritor habilidoso como Jack London. 
Lutadores tendem a render personagens extraordinários. E é isso o que encontramos neste volume. Seja o bom-moço apaixonado que mal consegue pedir um milk-shake na sorveteria em que trabalha sua amada, mas que perde todas suas inibições ao vestir as luvas, ou o peso-pena sobre quem ninguém sabe nada, mas que enche os cofres da Junta Revolucionária Mexicana com os prêmios que ganha. Todos eles têm a mesma habilidade preponderante: atingir-nos com suas histórias como um soco no estômago. (Editora Saraiva)
✔ Rei do Mundo, O – Muhammad Ali e a Ascensão de um Herói Americano (David Remnick)
Na noite de 1964, quando Muhammad Ali (ainda Cassius Clay) subiu ao ringue com Sonny Liston, ele era tido como um sujeito irritante, um sujeito que se movimentava e falava demais. Seis rounds mais tarde, Ali não era apenas o mais novo campeão mundial dos pesos pesados – era “um novo tipo de negro”, como ele mesmo se denominou. 
‘O Rei do Mundo’ reconstitui a trajetória desse lutador que ajudou a transformar a política racial, a cultura popular e a noção de heroísmo dos norte-americanos. Repleto de detalhes saborosos e fotos reveladoras, a obra mostra Muhammad Ali como uma invenção de si mesmo: desde o menino Cassius e sua infância em Louisville até os treinos obsessivos e a mudança de nome e de religião. 
Ao descrever as principais lutas de Ali, David Remnick conseguiu capturar o espírito predominante da época que marcou a grande transformação da mentalidade americana, embalada pela ascensão política dos negros, por conflitos morais e pela disseminação de organizações como a Nação do Islã e a Máfia. Recusando-se a assumir qualquer papel exemplar ou corresponder a expectativas, Muhammad Ali marcou uma das décadas mais intensas do século XX – um tempo em que a vida se constituía de enfrentamentos duros, dentro e fora do ringue. (Companhia das Letras)
Veja Também: