5 Livros essenciais da literatura irlandesa

POSTADO POR: admin sex, 18 de março de 2016

Para alguns, a celebração o dia de St. Patrick pode ser apenas mais uma desculpa para se vestir de um verde vivo, exibir um trevo de quatro folhas e encher a cara das mais variadas bebidas, quando na verdade a data também deveria ser um momento solene para honrar a herança da cultura irlandesa. 

Pensando nisso, aproveitamos essa oportunidade para executar mais um tour literário e selecionar alguns livros incríveis de autores irlandeses. Assim como já fizemos com a África, Portugal, Argentina e o Japão.
De clássicos a títulos contemporâneos, confira abaixo cinco escritores essenciais desta terra fascinante:
✔ O Covil do Verme Branco, de Bram Stoker
Uma série de eventos misteriosos e inexplicáveis despertam o interesse do jovem Adam Salton enquanto estava hospedado na casa de seu tio-avô, Richard. Com o intuito de resolver estes mistérios que acabam vitimando crianças e animais da região, Adam acaba se envolvendo numa rede que o leva cada vez mais perto de algo sobrenatural.
Nessa história, Bram Stoker é quase capaz de criar uma versão feminina do seu próprio Drácula, ao apresentar uma criatura sedutora e letal, e associá-la a figura fascinante de uma serpente.
O Covil do Verme Branco foi publicado originalmente em 1911, na Inglaterra, e depois republicado com partes editadas em 1925. Trata-se de um clássico cult do terror e mais uma grande obra de Abraham “Bram” Stoker que virou filme, chegando às telas do cinema em 1988 (Editora Labareda).
✔ Nora Webster, de Colm Tóibín
Ambientado na Irlanda, este romance apresenta a formidável Nora Webster. 
Viúva aos quarenta anos, com quatro filhos e pouco dinheiro, Nora perdeu o amor de sua vida, Maurice, o homem que a resgatou do mundo acanhado em que foi criada. E agora ela teme ser arrastada de volta para esse universo. Ferida, determinada, inclinada à discrição numa comunidade onde todos querem saber da vida de todos, Nora afunda na própria dor e fecha os olhos ao sofrimento dos filhos. 
Mas ainda assim ela tem momentos de impressionante empatia e bondade, e quando volta a cantar, depois de décadas, encontra um consolo, uma causa, um porto seguro – ela mesma. (Companhia das Letras)
✔ Quarto, de Emma Donoghue
Quarto é um livro simples, com diálogos espertos e verossímeis. Não requer nota de rodapé. De forma comovente sem ser piegas, apenas utiliza uma história original – beirando o surreal – para lembrar o que todos intimamente sabem: que o cativeiro (ou o útero, a ignorância, os costumes, as convenções, os preconceitos – escolha sua própria metáfora para confinamento) são, no fundo, estabilizantes, e que nada é mais assustador do que a liberdade.
Para Jack, um esperto menino de 5 anos, o quarto é o único mundo que conhece. É onde ele nasceu e cresceu, e onde vive com sua mãe, enquanto eles aprendem, leem, comem, dormem e brincam. À noite, sua mãe o fecha em segurança no guarda-roupa, onde ele deve estar dormindo quando o velho Nick vem visitá-la.
O quarto é a casa de Jack, mas, para sua mãe, é a prisão onde o velho Nick a mantém há sete anos. Com determinação, criatividade e um imenso amor maternal, a mãe criou ali uma vida para Jack. Mas ela sabe que isso não é suficiente, para nenhum dos dois. Então, ela elabora um ousado plano de fuga, que conta com a bravura de seu filho e com uma boa dose de sorte. O que ela não percebe, porém, é como está despreparada para fazer o plano funcionar. (Editora Verus)
 A Jornada de Felícia, de William Trevor

Uma adolescente grávida deixa a Irlanda rumo à Inglaterra em busca do pai de seu filho. Sem um endereço e apenas com a informação de que seu namorado trabalha em um fábrica de cortadores de grama, Felícia embarca em uma viagem que transformará sua vida. 

Considerado o maior contista da língua inglesa, William Trevor vê seus romances como uma reunião de histórias curtas. Em A jornada de Felícia, o autor explora aspectos sombrios da vida a partir de acontecimentos banais. Rejeitada por sua família por estar esperando um bebê de Johnny Lysaght, Felícia foge para procurá-lo perto de Birmingham. O acaso a coloca diante de Mr. Hilditch, um estranho funcionário de uma fábrica que se diz um benfeitor de moças desamparadas. Embora aceite a proteção de Mr. Hilditch, logo a menina percebe que ele não é bem o que parece.
De acordo com The New York Times, A jornada de Felícia é “uma narrativa perfeitamente estruturada e arrepiante sobre a perda da inocência e o alto preço dos sonhos”. A história mistura a Inglaterra pós-Margaret Thatcher com flashbacks da infância de Felícia em uma cidadezinha irlandesa. A visão provinciana e inocente da menina é contraposta à dureza dos distritos industriais. Trevor estabelece um contraste entre a realidade da protagonista e seus sonhos. A jovem passa por diversas dificuldades, Johnny parece cada vez mais obscuro e ela se vê diante de acontecimentos inesperados que exigem maturidade e frieza a cada passo. 
O livro apresenta um rito de iniciação que ultrapassa a questão da maternidade. Como é característico da obra do escritor, os golpes do acaso moldam o destino de Felícia e de Mr. Hilditch sem que eles tenham controle do que está adiante. O suspense, o mistério e uma atmosfera de terror pontuam ente envolvente relato sobre descobertas e paixão. (Editora Biblioteca Azul)
 Deixe o Grande Mundo Girar, de Colum McCann
7 de agosto de 1974, um equilibrista anda sobre um cabo estendido entre as Torres Gêmeas. Um evento extraordinário na vida de pessoas ordinárias. Corrigan, um padre irlandês, procura Deus em um grupo de prostitutas do Bronx; em um apartamento luxuoso da Park Avenue, mães de soldados mortos no Vietnã se reúnem para partilhar sua dor; dentro de uma prisão nova-iorquina, a prostituta Tillie chora por ter fracassado em proteger a filha e os netos. 
As vozes desses e de outros personagens se misturam para recriar toda a efervescência de uma época, a Nova York dos anos 1970. 
Colum McCann compôs uma obra-prima pungente, a história de um mundo que não cessa de se reinventar. (Editora Record)
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