5 Livros em que nada é como parece

POSTADO POR: admin sex, 10 de fevereiro de 2017

Algumas histórias são retas e diretas, e nos dizem de cara tudo que precisamos saber sobre seu enredo. Outras empregam algumas torções que mudam a lógica interna do roteiro, proporcionando ao leitor uma viagem emocionante. E além desses, existe as cinco obras indicadas abaixo, que buscam mexer com a sua mente das formas mais contundentes possíveis. 

São livros que te fazem pensar que você sabe o que está acontecendo, apenas para torcer completamente a sua percepção ao final da leitura. No entanto, após virar a sua última página, tudo que queremos é voltar e lê-los novamente, apenas para ver se por acaso deixamos escapar algo nesse processo todo:

✔ Mentirosos (E. Lockhart)
Os Sinclair são uma família rica e renomada, que se recusa a admitir que está em decadência e se agarra a todo custo às tradições. Assim, todo ano eles passam as férias de verão numa ilha particular. Cadence — neta primogênita e principal herdeira —, seus primos Johnny e Mirren e o amigo Gat são inseparáveis desde pequenos, e juntos formam um grupo chamado Mentirosos. Cadence admira Gat por suas convicções políticas e, conforme os anos passam, a amizade com aquele garoto intenso evolui para algo mais.
Mas tudo desmorona durante o verão de seus quinze anos, quando Cadence sofre um estranho acidente. Ela passa os próximos dois anos em um período conturbado, com amnésia, depressão, fortes dores de cabeça e muitos analgésicos. Toda a família a trata com extremo cuidado e se recusa a dar mais detalhes sobre o ocorrido… até que Cadence finalmente volta à ilha para juntar as lembranças do que realmente aconteceu.
‘Mentirosos’ é um suspense moderno e sofisticado, impossível de largar até que todos seus mistérios sejam desvendados. Ao mesmo tempo, a prosa lírica e o estilo seco e denso o fará mergulhar de cabeça no mundo dos Sinclair e nas crescentes angústias de Cadence — para então vir à tona completamente impactado. (Editora Seguinte)

✔ A Volta do Parafuso (Henry James)
Irmão do filósofo William James, o escritor Henry James, nascido nos Estados Unidos e naturalizado britânico, foi um dos grandes expoentes da literatura realista. Na inspiração e na temática, sua obra oscilou entre a cultura americana e a britânica, pela qual sentiu desde jovem grande afinidade. Henry James foi um escritor extremamente prolífico.
Consideradas uma ponte entre o romance do século XIX, suas obras constituem um permanente estudo psicológico de uma civilização corrompida pelo afã de riqueza, cuja única salvação reside no reconhecimento de suas formas de vida e dos valores culturais e morais tradicionais. Na desconcertante A Volta do Parafuso (1898), Henry James atinge sua expressão máxima como romancista. A obra tornou-se um modelo da narrativa do terror psicológico. (Editora Landmark)

✔ As Aventuras de Pi (Yann Martel)
Um dos romances mais importantes do século, As Aventuras de Pi é uma narrativa singular de Yann Martel que se tornou um grande best-seller.
O livro narra a trajetória do jovem Pi Patel, um garoto cuja vida é revirada quando seu pai, dono de um zoológico na Índia, decide embarcar em um navio rumo ao Canadá. Durante a viagem, um trágico naufrágio deixa o menino à deriva em um bote, na companhia insólita de um tigre-de-bengala, um orangotango, uma zebra e uma hiena. A luta de Pi pela sobrevivência ao lado de animais perigosos e sobre um imenso oceano é de uma força poucas vezes vista na literatura mundial.
Uma obra-prima de Yann Martel que borra a linha entre o real e o faz de conta, com narrativas de duelos que são igualmente críveis, mas por razões completamente diferentes. (Editora Nova Fronteira)

✔ A Máquina Diferencial (William Gibson e Bruce Sterling)
Magistralmente escrito a quatro mãos por dois ícones da ficção científica, A Máquina Diferencial é considerado um marco da literatura steampunk. Envolvendo controversos personagens históricos e ficcionais, William Gibson e Bruce Sterling tecem uma trama repleta de intrigas políticas, romance e ação. No romance os autores conferem um colorido especial a uma Londres oitocentista cientificamente avançada, onde os computadores (“Máquinas”) são capazes de impulsionar mudanças e reinar soberanos sobre os homens.
A obra leva ao leitor uma versão alternativa da Inglaterra vitoriana. Neste novo momento histórico o Partido Radical trouxe mudanças impressionantes para o país. Pelas ruas da capital, cartolas e crinolinas misturam-se a cinétropos, gurneys e cabriolés. O trem metropolitano e o sistema de esgotos revolucionam a rede urbana. Tudo graças às conquistas científicas alcançadas pela Máquina: no auge da Revolução Industrial, os avanços promovidos pela tecnologia a vapor anunciam a era da informática, só que com um século de antecedência.
Mas Londres também é uma cidade em convulsão. O alvoroço causado pela turba desordeira assusta a população, especialmente as classes mais abastadas, que fogem para o interior. Além disso, uma conspiração mais sofisticada – porém não menos perigosa – parece ameaçar a segurança e a estabilidade de todo o país. (Editora Aleph)

✔ S. (Doug Dorst & J. J. Abrams)

Um livro. Dois leitores. Um mundo de mistério, ameaça e desejo. 
Uma jovem encontra numa biblioteca um livro com anotações de um estranho. As margens repletas de observações revelam um leitor inebriado pela história e pelo autor da obra. Ela responde os comentários e devolve o exemplar, que o estranho volta a pegar. Ele é Eric, ela é Jennifer, e os dois começam um irresistível e inesperado diálogo paralelo à história do livro. 
É esse velho exemplar típico de biblioteca – consultado, anotado, manuseado – intitulado O Navio de Teseu, de V. M. Straka, que o leitor encontrará dentro da caixa preta e selada de S. A lombada está visivelmente gasta e as páginas, amareladas, rabiscadas com comentários manuscritos em diversas cores. Entre as folhas há cartas, cartões-postais, recortes de jornal, fotografias e até um mapa desenhado em um guardanapo. O Navio de Teseu data de 1949 e é o décimo último romance de Straka, autor desaparecido cuja vida é um mistério. Notas de rodapé ao longo do livro tentam contextualizar e relacionar vida e obra do autor. Nas anotações a lápis e a caneta, porém, vê-se que Eric, um estudioso de Straka, parece não concordar com as notas da tradução. E as observações escritas por Jennifer, uma graduanda cheia de segredos que trabalha na biblioteca da universidade, mostram que ela percebeu isso.
Longe de ser um livro convencional, S. conecta ao menos quatro histórias que se desdobram ao mesmo tempo, embora não necessariamente em ordem cronológica. É um livro-jogo com várias possibilidades de leitura, que instiga o leitor a decifrar os mistérios, códigos e pistas contidos em toda a obra. Seja nas notas, nas margens ou nos outros itens da caixa, há sempre algo além do que se vê aguardando para ser descoberto. (Editora Intrínseca)
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